Número de jovens que não estudam nem trabalham é o menor da série histórica do IBGE
Fonte: G1 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O número de jovens
brasileiros que não estudam nem trabalham atingiu o menor nível da série
histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). É o que
mostram dados da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024.
Ao todo, 10,3 milhões de
jovens de 15 a 29 anos estavam nessa situação em 2023, o que representa
uma taxa de 21,2% — a menor da série histórica.
Até então, o menor nível havia
sido registrado em 2013, quando 11,2 milhões de pessoas (21,6%) dessa faixa
etária não trabalhavam nem estudavam.
Os dados do IBGE mostram que
houve um aumento da taxa entre 2016 e 2020 — atingindo as
máximas, com quase 14 milhões de jovens (28%) nessa condição.
O movimento foi causado pela
"recessão econômica que já vinha de 2014, agravada pela pandemia",
diz o instituto.
De 2020 a 2023, no entanto,
houve uma mudança de rota, com uma sequência de quedas no índice.
"O recuo no número de jovens
que não estudam nem trabalham é explicado pelo dinamismo do mercado de
trabalho", diz Leonardo Athias, gerente de Indicadores Sociais do IBGE,
que destaca o aumento no número de jovens ocupados.
Conforme mostrou o g1, o Brasil registrou uma taxa média
de desemprego de 7,8%
em 2023, à época o menor patamar desde 2014, quando a taxa foi de 7%.
Mulheres pretas ou pardas são
mais atingidas
A pesquisa divulgada nesta
quarta-feira mostra que o total de jovens que não estudam nem trabalham recuou
de 10,9 milhões em 2022 para 10,3 milhões em 2023, uma queda de 4,9%.
Dentre os 10,3 milhões de jovens
ainda nessas condições, 4,6 milhões (45,2%) são mulheres pretas ou
pardas. Já as brancas são metade desse montante: 1,9 milhão (18,9%).
Entre os homens, a discrepância é
semelhante: os pretos e pardos sem estudar nem trabalhar são 2,4
milhões (23,4%), enquanto os brancos são 1,2 milhão (11,3%).
Segundo Athias, do IBGE, a
situação atinge de maneira muito mais forte as mulheres pretas ou pardas por
conta da concentração dessa população em domicílios com menor renda — e,
consequentemente, maior dificuldade de acesso à creche privada.
"[Há também] uma diferença
entre homens e mulheres. Os homens são mais afetados pela dificuldade de acesso
ao mercado de trabalho, enquanto as mulheres são atingidas ainda pela gravidez
e pelo cuidado de filhos e outras pessoas no domicílio", conclui.
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