Após alta na abstenção, TSE estuda barrar justificava virtual no dia da eleição
Fonte: G1 Foto: Reprodução/TRE-RN |
O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) vai analisar se suspende a possibilidade de
que eleitores usem o aplicativo E-título, da Justiça
Eleitoral, para justificar a ausência na eleição no dia da votação.
A avaliação é sobre interromper a
funcionalidade apenas no primeiro e segundo turnos, mantendo a disponibilidade
nos dias posteriores.
Esse estudo vai ocorrer após os
dados das eleições de 2024 sobre a abstenção indicarem que “também interferiu a
facilidade de justificativa da ausência, até mesmo pelo uso de dispositivo
disponibilizado pela Justiça Eleitoral, o que haverá de ser revisitado
considerando-se que o voto é obrigatório, nos termos do art. 14 da Constituição
brasileira, havendo de se cumprir o comando constitucional como
responsabilidade de todas as pessoas com a sociedade”.
Na disputa desse ano, a abstenção
média foi de 21,68% no primeiro turno e 29,26% no segundo turno.
O índice teve pouca variação em
relação a 2020, ano em que a eleição ocorreu em meio à pandemia da Covid-19.
A presidente do TSE, Cármen
Lúcia, apresentou o relatório de avaliação das eleições na primeira quinzena de
dezembro do ano passado.
A ministra destacou que ainda
é preciso aprofundar dados de forma individualizada, mas que fatores
diversos contribuem para a abstenção, e que o índice não pode ser interpretado
apenas por um número bruto.
Segundo o documento, estão
entre as causas da abstenção:
➡️Ausência de mais de 50% dos
eleitores com mais de 70 anos, que fazem parte do voto facultativo
e representam 15 milhões de eleitores;
➡️Troca da comemoração de um
feriado para uma data próxima ao segundo turno;
➡️Mudança de residência para um
novo município, sem a devida atualização do domicílio eleitoral.
A presidente do TSE afirmou que a
Justiça Eleitoral precisa fazer uma mudança significativa e promover
campanhas para incentivar o voto de idosos, como já ocorre como os jovens. No
último pleito, a participação de pessoas menores de 18 anos foi correspondente
a 93%,
“O eleitorado com mais de 70 anos
teve a participação de menos de 50%. Isso joga luz sobre muita coisa, inclusive
o preconceito sobre etarismo, em que a pessoa não é convidada a votar com o
mesmo afinco que temos com os jovens”, afirmou.
Dados das eleições 2024
Durante o evento, também foram
apresentadas outras informações sobre o pleito deste ano. Veja:
- O Brasil registrou 155,9 milhões de eleitores aptos
a votar, com 122 milhões comparecendo às urnas, resultando em
uma taxa de abstenção de 21,7% no primeiro turno.
- Foram eleitos 68.806 candidatos, entre
prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
- Neste ano, houve um aumento da representatividade
feminina: 17,92% dos eleitos eram mulheres, contra 15,83% em 2020.
- Pessoas que se declararam negras representaram 44,%
dos eleitos, enquanto indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência
tiveram percentuais inferiores a 1%.
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