Mais de 30% das cidades pelo Brasil contam com pelo menos um lixão a céu aberto, aponta IBGE
Fonte: Tv Cultrua Foto: Unsplash |
31,9% das cidades espalhadas pelo
Brasil contam com pelo menos um lixão a céu aberto. O dado consta na Pesquisa
de Informações Básicas Municipais (MUNIC) 2023, divulgada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim de novembro.
De 4.852 municípios com alguma
unidade de destinação final de resíduos, 1.844 tinham vazadouro a céu aberto
(lixão) ou em áreas alagadas ou alagáveis, sendo esta considerada a pior
maneira de destinação final.
No entanto, a maior parte das
localidades (3.712) segue em conformidade com a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, ou seja, sem a presença de possui lixões. Ao todo, oito (0,14%)
cidades não possuem serviço de manejo de resíduos e seis (0,11%) não informaram
ou se recusaram a dar tal informação. Por esse motivo, o número total de
cidades com lixões não considera os 5.570 municípios.
De acordo com o levantamento,
1.592 locais possuem aterros sanitários (28,6%), contra 3.964 que não possuem
esse tipo de infraestrutura. O uso de aterro controlado é a opção utilizada em
18,7% das cidades brasileiras.
Enquanto os lixões não possuem
nenhum tipo de controle, tampouco garantias de adequação ambiental, os aterros
sanitários têm captação e queima de gás metano, que é produzido pelo lixo. O
processo inibe o mau cheiro, afasta os urubus do local e evita a contaminação
do lençol freático. Já o aterro controlado é uma “solução intermediária” entre
o aterro sanitário e o lixão. Sendo, na verdade, uma tentativa de tentar
transformar os lixões em aterros sanitários.
Na região Sul, 7,5% dos
municípios informaram que ainda possuíam lixões e 45% informaram possuir aterro
sanitário, o maior percentual de aterros sanitários, e o menor de lixões.
"No Sudeste, a gente teve
13,7% dos municípios informando que ainda possuíam lixões e 43,3% informando
que possuíam aterro sanitário. No Centro-Oeste, 54,6% ainda possuíam lixões e
20,8% aterro sanitário. No Nordeste, 58,7% possuíam lixões e 25,5% aterro
sanitário. Já no Norte, que teve o maior percentual de municípios informando
que possuíam lixões, 76,1%, apenas 10,8% informaram que possuíam aterro
sanitário", expõe Fernanda Malta, gerente da Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico (PNSB).
No mês de agosto, o Projeto de
Lei 1323/24 prorrogou por cinco anos o prazo para que municípios com até 50 mil
habitantes encerrem os lixões e adotem outra destinação aos resíduos sólidos.
Segundo a Câmara dos Deputados,
que analisa o texto, a Lei dos Resíduos Sólidos previa inicialmente um prazo
até 2014 para o fim dos lixões a céu aberto em todos os municípios, mas em 2019
o Congresso Nacional alterou a norma e concedeu mais cinco anos. Já os
municípios com até 50 mil habitantes que elaboraram plano de gestão de resíduos
sólidos e definiram tarifas para esse serviço tiveram o prazo maior, até 2 de
agosto de 2023.
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