Fonte: Bem Estar Foto:IA de TungArt7 para Pixabay |
Na reunião anual da Sociedade Norte-Americana de Radiologia (RSNA em inglês), que aconteceu na primeira semana deste mês, pesquisadores apresentaram trabalho associando um determinado tipo de gordura corporal às proteínas encontradas no cérebro que são consideradas marcadores da Doença de Alzheimer – o mais interessante é que o quadro se manifestava 20 anos antes do surgimento dos primeiros sintomas de demência.
“Conseguimos chegar a esse
resultado porque investigamos a patologia do Alzheimer na meia-idade, entre os
40 e 50 anos, quando a doença está em estágios iniciais e modificações no
estilo de vida, como perda de peso e redução de gordura visceral, são meios
eficazes para prevenir ou retardar o começo da enfermidade”, afirmou a médica
Mahsa Dolatshahi, pesquisadora de pós-doutorado e autora principal do estudo.
Nos Estados Unidos, há quase sete
milhões de pessoas, acima dos 65 anos, vivendo com a doença. No Brasil, a
estimativa da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) é que sejam 1.7 milhão
de pacientes acima dos 60 com algum tipo de demência – o Alzheimer corresponde
a 55% dos casos.
O estudo contou com 80 indivíduos
sem qualquer alteração cognitiva, com idade média de 49 anos, sendo 62.5% deles
mulheres. No grupo, 57.5% eram obesos e todos se submeteram a exames de sangue
e de imagem do cérebro, além de ressonância magnética do abdômen, para medir o
volume de gordura subcutânea – a que fica embaixo da pele – e gordura visceral,
que se acumula na cavidade abdominal, entre os órgãos internos. Um maior nível
da visceral estava relacionado ao aumento de placas de proteína amiloide, que
se acumulam no cérebro e causam danos irreversíveis.
“Os pacientes estavam na
meia-idade, a décadas de exibir os primeiros sintomas de demência, mas já havia
uma condição alterada”, disse Dolatshahi. O estudo também mostrou que um alto
nível de resistência à insulina (que leva ao diabetes) e um baixo nível de HDL,
um tipo de colesterol considerado benéfico à saúde, estavam atrelados às
proteínas amiloide no cérebro. A doutora e seus colegas apresentaram ainda
outra pesquisa, no mesmo encontro da entidade, revelando, através de imagens,
que obesidade e gordura visceral diminuem o fluxo sanguíneo para o cérebro.
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