100% dos estados e municípios aderem ao Programa SUS Digital
Fonte: Agência Gov Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
Todos os estados e municípios
aderiram ao Programa SUS Digital, que prevê a transformação digital do Sistema
Único de Saúde (SUS). O programa abrange tecnologia, informação e saúde e visa
ampliar o acesso da população às ações e serviços.
É a primeira vez que o governo brasileiro tem um plano nacional com recursos específicos para incentivar o ecossistema de saúde digital. Neste ano, o investimento será de R$ 464 milhões para orientar a criação de planos de digitalização da saúde em todo o Brasil.
Em entrevista ao jornal O Globo, a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, deu exemplos de qual será o impacto da transformação digital para a população.
Para a distribuição dos recursos,
a Secretaria de Informação e Saúde Digital considerou os locais de vazio
assistencial e falta de conectividade, com o objetivo de combater as
desigualdades e ampliar o acesso às ações e serviços de saúde para quem mais
precisa.
Para acompanhar a implementação do SUS Digital, o Ministério da Saúde lançou no mês passado um painel de monitoramento da adesão e do diagnóstico situacional do programa SUS Digital.
Uma das estratégias do Ministério da Saúde para a transformação digital do SUS, o aplicativo Meu SUS Digital ultrapassou em julho a marca de 30 funcionalidades, ampliando o acesso de toda a população a informações de saúde e serviços pelo celular. Entre as inovações mais recentes estão o registro de atendimentos clínicos realizados nas Unidades Básicas de Saúde, com a possibilidade de avaliar a qualidade da assistência e as condições do estabelecimento.
Com mais de 50 milhões de downloads e 4,5 milhões de usuários ativos, o Meu SUS Digital é o mais baixado na categoria saúde entre aplicativos gratuitos. O avanço das funcionalidades dá mais autonomia ao cidadão e permite o maior acompanhamento da sua saúde e do seu autocuidado, além de os dados serem fundamentais no aprimoramento de políticas públicas e maior eficiência da assistência. A avaliação do atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, por exemplo, reforça a estratégia de reestruturação da Saúde da Família.
Ana Estela também citou outras etapas para implementar o Programa SUS Digital, como realizar o diagnóstico das instituições, saber com detalhes quem tem atenção primária, hospitalar, o tipo de cobertura de saúde, a especialidade médica com mais tempo de espera.
Segundo a diretora, cada município e estado deve entregar um plano de ação em relação à tecnologia. “Há lugares que precisam melhorar a conectividade, outros de equipamentos, alguns não têm prontuário eletrônico, outros têm tudo isso e precisam implantar inteligência artificial”, explicou.
“A transformação digital é para realmente fortalecer os princípios do SUS. Ou seja, tem que ter equidade, levar atenção da saúde para lugares remotos. Se não for bem desenhada, pode aprofundar a exclusão”, disse Ana Estela
Telessaúde
A telessaúde é uma das ações
estruturantes do SUS Digital que permite ampliar o acesso à diagnósticos e
consultas especializadas. Nos últimos dois anos, foram realizadas 4,6 milhões
ações de telessaúde (teleatendimento e telediagnóstico).
Desde o ano passado, os núcleos de telessaúde aumentaram de 10 para 24, localizados no Acre, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
O enfrentamento das desigualdades é um dos princípios do SUS Digital, por isso, levar as ações e serviços de saúde por meio da transformação digital para populações vivendo em regiões remotas e vulneráveis atende a uma prioridade do Governo Federal. Como parte desta estratégia, neste ano, o Ministério da Saúde implantou o primeiro ponto de telessaúde em um território quilombola, no Pará, que vai beneficiar a comunidade do Quilombo Boa Vista.
“Eles foram atendidos por um neurologista. Ações semelhantes estão sendo feitas em distritos indígenas. Uma equipe leva um kit portátil com equipamentos para a coleta de exames no local. Em geral, pessoas da própria comunidade, como os agentes comunitários, são treinadas para fazer esses exames, como ultrassom, retinógrafo. Esses exames são analisados por universidades públicas e o paciente então é atendido remotamente pelo especialista, com uma consulta mais direcionada”.
“O grande nó em lugares mais
remotos é o cuidado crítico ou especializado. Muitos ainda dizem que o
atendimento à distância é desumanizado. Desumano é não ter acesso à saúde”,
disse a secretária.
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