INSS: afastamento por saúde mental cresce 38% em um ano
Fonte: Noticias ao minuto Foto: iStock |
O número de benefícios por
incapacidade devido à disfunção da atividade cerebral e comportamental,
concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cresceu 38% em
2023. No ano passado, o INSS concedeu 288.865 benefícios do tipo, ante 209.124,
em 2022.
Os dados, revelados por um
levantamento do Ministério da Previdência Social e noticiados pelo portal O
Tempo, consideram os benefícios por incapacidade temporária, anteriormente
conhecidos como auxílio-doença, e os benefícios por incapacidade permanente, a
antiga aposentadoria por invalidez. André Beschizza, advogado especialista em
benefícios do INSS, destaca que o crescente número de pessoas afetadas por
doenças mentais tem gerado uma realidade em que muitos indivíduos se tornam
incapazes de exercer suas funções laborais. "Para aqueles que enfrentam
esse desafio, os benefícios oferecidos pelo INSS podem ser uma solução
essencial".
Dados do Observatório de
Segurança e Saúde do Trabalho mostram que, em 2021, os transtornos mentais já
eram a terceira maior motivação para afastamento do trabalho no Brasil. De
acordo com a plataforma, a Classificação Internacional de Doenças (CID)
relativa a causas mentais e comportamentais, e nervosas foram vinculadas à
concessão de benefícios previdenciários acidentários para mais de 13 mil
brasileiros.
"Se um trabalhador está
lidando com depressão ou ansiedade, por exemplo, e isso está afetando seu
trabalho, ele pode buscar apoio do INSS. O benefício é pago durante o período
em que o trabalhador estiver incapacitado, mas se o problema for mais sério e
permanente, existe a possibilidade de solicitar a aposentadoria por
invalidez", conta o especialista.
Benefícios do INSS para doenças
mentais
Beschizza explica que o INSS
oferece três diferentes tipos de benefício para trabalhadores incapacitados por
doenças mentais, e que há, no entanto, critérios específicos para concessão de
cada tipo de benefício. "Cada situação tem sua particularidade e elas
precisarão ser atestadas para a aprovação do benefício".
De acordo com o advogado, o
auxílio-doença atende trabalhadores incapacitados de trabalhar por mais de 15
dias consecutivos em decorrência de uma doença ou acidente. Este benefício será
pago ao trabalhador afastado de suas atividades pelo período em que estiver
impedido de executá-las. "O auxílio-doença pode ser concedido por um
período de até 120 dias, prorrogável por mais 120 dias, ou quantas vezes o
segurado permanecer incapacitado para o trabalho. Após, caso o segurado ainda
esteja incapaz permanentemente de trabalhar, ele pode ser encaminhado para a
aposentadoria por invalidez."
Já a aposentadoria por invalidez,
esclarece o especialista, é um benefício por incapacidade, voltado para
profissionais que tiveram a capacidade laboral afetada de maneira permanente e
que, portanto, impede que a pessoa permaneça trabalhando. "Transtornos
mentais, como ansiedade e depressão, podem ser invisíveis, mas o impacto na
vida do trabalhador é real e pode ser profundo. Por isso, é fundamental ter um
laudo médico bem detalhado e atualizado, pois esse é o principal documento que
o INSS vai usar para avaliar o caso", pontua Beschizza.
O advogado destaca ainda o
Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a pessoas de baixa renda,
com idade superior a 65 anos ou com alguma deficiência - como doenças mentais -
que não possuem meios de se sustentar e estão em estado de vulnerabilidade
social.
"O BPC pode ser concedido mesmo que o beneficiário nunca tenha trabalhado ou contribuído para o INSS, mas é necessário atender os requisitos estabelecidos por lei e comprovar idade mínima e estado de vulnerabilidade social", indica o especialista. Beschizza lembra que em situações em que o benefício é negado ou há dificuldades no processo de solicitação, é recomendável buscar apoio de um advogado especializado em direito previdenciário.
Segundo o especialista, o
profissional pode auxiliar tanto na reunião dos documentos necessários quanto
na representação de assuntos ou em ações judiciais para garantir o direito do
segurado. "Um advogado previdenciário possui conhecimento das leis e
regulamentos previdenciários, além de experiência no trato com o INSS. Ele pode
orientar sobre quais documentos são necessários, como reunir as provas e como
apresentar o caso de forma mais adequada", indica Beschizza.
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.