Queda de cabelo: veja causas e o que ela diz sobre sua saúde

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Queda de cabelo é uma das condições dermatológicas que mais preocupam a população. Para além da tão temida calvície, a perda capilar pode ser indicativo de problemas de saúde. Por isso, é importante conhecer as possíveis causas e o que a queda de cabelo diz sobre a saúde.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estima que uma pessoa saudável perca diariamente cerca de 100 a 200 fios de cabelo. Portanto, não se assuste caso perceba fios soltos em roupas e acessórios, dado que isso é parte do processo de renovação contínua que faz com que o fio cresça, repouse e caia naturalmente, posteriormente dando lugar a outro. Entretanto, a queda de cabelo excessiva pode ser sinal de problemas de saúde. E isso, sim, precisa de avaliação e investigação.

Causas de queda de cabelo

Segundo o Ministério da Saúde, a calvície impacta mais o público masculino devido à testosterona, hormônio sexual presente em maior número nos homens. No entanto, as mulheres também podem sofrer de queda de cabelo, embora em escala menor, já que a testosterona, nelas, aparece em menos quantidade. Episódios agressivos de calvície em mulheres são raros.

Conforme o Ministério da Saúde, além da questão hormonal, há outras possíveis causas sobre a queda de cabelo, inclusive a que leva à calvície:

• Fatores genéticos e imunológicos;
• Tireoidites;
• Diabetes;
• Lúpus;
• Vitiligo;
• Rinites e a outras condições alérgicas;
• Infecções provocadas por fungos ou bactérias;
• Traumas na região capilar;
• Hábitos compulsivos de arrancar os próprios fios de uma determinada área;
• Excesso de oleosidade, que provoca a dermatite seborreica;
• Aplicação exagerada de produtos químicos;
• Má alimentação e carência de vitaminas;
• Medicamentos;
• Estresse.

O que a queda de cabelo diz sobre a saúde

Quando a queda de cabelo começa a ultrapassar o limite do normal, pode significar que o corpo está alertando para alguma condição patológica mais grave.

O que a queda de cabelo pode indicar na sua saúde:

Desequilíbrio na hipófise;

Desequilíbrio na tireoide;

Desequilíbrio nas glândulas suprarrenais;

Alterações em testículos, ovários ou fígado;

Diabetes;

Aumento da insulina no organismo;

Obesidade;

Artrite reumatoide;

Doença inflamatória do intestino;

Alergia a histaminas;

Intoxicação por metais pesados;

Carência de vitaminas, sais minerais e aminoácidos;

Anemias ferropênicas.

Estudo realizado pelo consultor Matthew Harries, da instituição britânica Salford Royal NHS Foundation Trust, aponta que a queda de cabelo pode ser o primeiro indício de condições médicas secundárias, sendo as desregulações hormonais e metabólicas as mais comuns. 

Dentre as desregulações hormonais, o desequilíbrio em glândulas como a hipófise (responsável por controlar as funções do sistema endócrino), na tireoide, que ocasiona o hipotireoidismo (queda na produção dos hormônios T4 e T3, que regulam funções básicas do organismo) e o hipertireoidismo (maior incidência desses hormônios), e nas glândulas suprarrenais (localizadas acima dos rins com o papel de fabricar hormônios reguladores) resultam em maior ocorrência de queda de cabelo. Alterações em testículos, ovários ou fígado são outras causas possíveis.

Do mesmo modo, a perda de cabelo pode estar associada a enfermidades metabólicas como diabetes, obesidade, artrite reumatoide e doença inflamatória do intestino.

Segundo o médico tricologista Misael do Nascimento, é sempre necessário observar os sinais que o corpo fornece, já que a queda de cabelo ainda pode ser indicativo de anemia, aumento da insulina no organismo, alergia a histaminas (que controlam reações corporais como alergias e inflamações) e intoxicação por metais pesados, entre outros.

— Não leve uma queda de cabelo ao acaso, nunca fique acomodado com a justificativa de "mas meu pai também é careca". Você não sabe se ele, além de careca, tem hipertensão, diabetes ou intolerância alimentar nunca diagnosticada — alerta o médico.

Outro alerta importante é para possíveis disfunções nutricionais. Como o fio capilar é composto por queratina e melanina, proteínas encarregas por conferir a firmeza, formato e cor dos fios, se uma pessoa apresenta carência de vitaminas, sais minerais e aminoácidos, consequentemente a durabilidade e a qualidade do cabelo ficam baixas, levando ao aumento da queda.

Anemias ferropênicas podem igualmente colaborar para a queda de cabelo, visto que o ferro apresenta uma capacidade de facilitar o acesso de nutrientes as células produtoras dos fios. Por essa razão, uma boa alimentação é indispensável para a manutenção da saúde física e capilar.

Segundo a dermatologista Fabiane Brenner, integrante da diretoria da SBD, a queda de cabelo é uma das dez causas mais frequentes de consultas dermatológicas nos dias de hoje. Ele ressalta que o diagnóstico precoce é muito importante para que haja um resultado terapêutico e seja possível a identificação de prováveis doenças.

Quando uma pessoa apresenta uma redução da densidade capilar, mesmo que inicial, com queimaduras solares e o couro cabeludo começando a ficar visível, é essencial procurar um profissional especializado para uma avaliação adequada.