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Demissão de médico em Alto Taquari não tem relação com perseguição e sim falta de repasse de valores pelo Município

Imagem de Darko Stojanovic por Pixabay
Thiago Sperandio, um profissional qualificado e um excelente médico, que por aproximadamente 1 ano e sete meses prestou seus serviços para a Sociedade Beneficente e Hospitalar de Alto Taquari (SBHAT), com salário mensal de R$60.000, (sessenta mil reais),  o profissional recebeu por seus serviços, R$1.140.000,00 (um milhão cento e quarenta mil reais), sem contar as demais despesas como: plantões, equipe auxiliar de procedimentos cirúrgicos, materiais, insumos, entre outros.  

Estamos nas vésperas das eleições, até então, o Alto Taquari em pauta estava apenas observando os bastidores, porém, diante dos rumores que o sobrinho da prefeita teria sofrido “retaliação” ou “perseguição política”,  fomos  buscar respostas junto a SBHAT e demais envolvidos.

Além de acessos a documentos que comprovam a narrativa desta matéria, tivemos acesso, também, ao conteúdo da Ação Civil Publica movida pelo Ministério Público em desfavor do município. 

Leia mais : MPE intervém e move ação para evitar colapso na saúde de Alto Taquari

Vejamos:

Consta nos documentos, assinados e datados, que o Comunicado e consequente demissão do profissional se deu no final de janeiro de 2024, mas diferente do que está sendo divulgado nos grupos de Whatsapp, em mensagem em que o suposto profissional teria sofrido “perseguição” ou “retaliação”, o distrato com o profissional se deu pela negativa da Secretaria de Saúde em fazer o repasse referente aos procedimentos cirúrgicos, pois segundo consta no Ofício nº 014/2024/SMS/PMAT,  o procedimento não constava no plano de trabalho.

Nota da redação: Se o sobrinho da prefeita membro da principal família que comanda a política dos últimos 30 anos estaria sofrendo perseguição política, quem dirá o cidadão comum. Servidores e demais populares que o diga. 

Seguindo a matéria, consta no ofício citado acima que: “Sobre o pagamento requerido no valor de R$80.000,00 referente aos procedimentos cirúrgicos realizados por videolaparoscopia, informamos que o procedimento não consta no plano de trabalho o que dificulta realizar o repasse “amigavelmente”, trecho retirado do ofício assinado pelo secretário de saúde da época, atual candidato a vereador que responde a processos por injúria racial e contra o idoso, Michel Lucas. 

Diante da negativa expressa em documento oficial pelo Município, não restou outra saída para a administração da SBHAT, que priorizou manter o funcionamento do hospital municipal e o atendimento das necessidades básicas da população, resultando assim no distrato com o médico que vinha sendo custeado com recursos próprios da Sociedade, o Dr. Thiago Sperandio. 

Chega ser controversa a afirmação da prefeita que outrora não tinha recursos para pagar pela manutenção das cirurgias por videolaparoscopia e, agora, em período eleitoral, promete a contratação de vários profissionais de diversas especialidades.

O repasse do Poder Executivo 

Segundo o Ministério Público, da análise do Termo de Colaboração nº 01/2022, assinado no dia 30 de junho de 2022, foi definido que a Administração Pública realizaria o repasse durante todo o período de contrato no valor de até R$ 9.600,00 (nove milhões e seiscentos mil reais). Isso corresponde a 12 (doze) parcelas mensais no valor de até R$800,00 (oitocentos mil reais). 

Ainda segundo o órgão ministerial, até janeiro de 2024, o município perfez os repasses, porém, em fevereiro de 2024 deixou de repassar o valor, o que ocasionou o atraso no pagamento dos funcionários nos meses de março e abril, exigindo a rápida intervenção do MP local. 

Diante do exposto, fica claro que não há que se dizer em “perseguição” ou “retaliação”, mas sim, questões financeiras e de gestão financeira e administrativa com o objetivo de evitar um verdadeiro colapso na saúde local, vez que o Hospital Municipal é o único local que a população taquariense pode se socorrer quando necessário, estando mantidos os profissionais que lá atuam há anos com qualificação e experiências comprovadas.

O médico 

Entramos em contato com o Dr. Thiago Sperandio nesta quinta-feira(3) via WhatsApp dando a ele espaço para falar sobre sua demissão e sobre a suposta perseguição. 

Até a publicação desta, não tivemos resposta. 

O espaço fica à disposição dos envolvidos. Respeitando o direito de resposta, previsto na Lei 13.188/2015, que somente é cabível se demonstrada a pertinência entre o conteúdo da matéria veiculada e a resposta que se pretenda publicar.



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