A mulher deveria dedicar à vagina o mesmo cuidado que reserva para o rosto, diz especialista
A ginecologista norte-americana Sameena Rahman foi uma das atrações do 25º. Congresso Mundial de Medicina Sexual, assunto das colunas de quinta e domingo. Especialista em menopausa e disfunções sexuais, começou sua palestra com muitos números, inclusive sobre as queixas das brasileiras:
“No mundo, cerca de 47 milhões de mulheres entram na menopausa anualmente. Em 2030, serão 1.2 bilhão entre a perimenopausa e a pós-menopausa e a maioria de nós vai passar um terço da vida na pós. No Brasil, 44% se queixam de sintomas que impactam sua autoestima: 58% evitam a intimidade sexual, porque traz desconforto; e 64% se veem às voltas com a perda da libido”.Rahman
elegeu a síndrome geniturinária da menopausa – o conjunto de sintomas que
afetam o trato urinário inferior e o aparelho genital – como seu principal
tema. A lista de problemas, causados pela redução dos níveis de estrogênio, é
grande: ressecamento, dispareunia (dor na relação sexual), sangramento depois
do sexo, coceira, ardência, infecções urinárias recorrentes, afinamento e
ulceração da mucosa vaginal.
“Para
começar, vamos combinar de não chamar a síndrome geniturinária de atrofia
vaginal. Equivale dizer às mulheres que suas vaginas estão gastas e
deterioradas, como se não servissem para nada. Não empregamos mais a expressão
‘impotente’ para os homens pelo mesmo motivo. No começo da transição para a
pós-menopausa, 42% enfrentam algum tipo de incômodo. Oito anos depois da
menopausa, esse percentual chega a 88%, com consequências negativas para os
relacionamentos”.
“Esse
é uma condição progressiva. Portanto, o cuidado precisa ser contínuo. Da mesma
forma que uma mulher se preocupa em passar cremes para hidratar e tonificar o
rosto, tem que zelar pela saúde da vagina. Para resumir, a rotina diária à
noite deveria ser escovar os dentes e usar estrogênio na vagina”.
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