Fonte: INCA Foto: Reprodução |
O Outubro Rosa é um momento de mobilização social para reforçar mensagens sobre prevenção e detecção precoce do câncer de mama. Essa campanha vem sendo considerada uma oportunidade para ampliar a abordagem da saúde da mulher e a prevenção do câncer, de forma mais ampla, incluindo também o câncer do colo do útero.
Câncer de mama
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as
mulheres no Brasil. A prevenção primária e a detecção precoce contribuem para a
redução da incidência e da mortalidade por essa neoplasia. A população deve ser
informada quanto ao tema para que possa adotar medidas que protejam a sua
saúde.
A prevenção primária do câncer de mama consiste em reduzir
os fatores de risco modificáveis e promover os fatores de proteção para a
doença. A prática de atividade física, a manutenção do peso corporal adequado,
por meio de uma alimentação saudável, e evitar o consumo de bebidas alcóolicas
estão associadas à redução do risco de desenvolver câncer de mama. A
amamentação também é considerada um fator protetor.
O diagnóstico precoce consiste na abordagem oportuna das mulheres
com sinais e sintomas suspeitos de câncer para identificação da doença em fase
inicial, a fim de possibilitar tratamento efetivo e maior sobrevida. É
importante informar as mulheres e os profissionais de saúde sobre o
reconhecimento dos sinais e sintomas do câncer de mama, bem como organizar a
rede de atenção à saúde para garantir o acesso rápido e facilitado ao
diagnóstico e tratamento da doença. A orientação é que a mulher observe e
apalpe suas mamas sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no
momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica
específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
A segunda estratégia de detecção precoce do câncer de mama é
o rastreamento mamográfico. Além de estar atenta ao próprio corpo, é
recomendado que mulheres de 50 a 69 anos, de risco padrão, façam uma mamografia
de rastreamento a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer
antes de a pessoa ter sintomas. A mamografia nesta faixa etária, com
periodicidade bienal, é a rotina adotada na maioria dos países que implantaram
o rastreamento organizado do câncer de mama e baseia-se na evidência científica
do benefício desta estratégia na redução da mortalidade neste grupo.
Para mulheres com risco elevado de câncer de mama,
recomenda-se que tenham acompanhamento médico individualizado, pois não há
ainda uma recomendação específica para esse grupo.
É importante que as mulheres estejam sempre atentas aos
sinais e sintomas suspeitos do câncer de mama:
- caroço
(nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor;
- pele
da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico
do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos.
- Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).
Câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero é a terceira neoplasia mais frequente em mulheres no Brasil, com grandes desigualdades regionais e maior incidência e mortalidade nas Regiões menos desenvolvidas do País, em especial a Região Norte. Está em curso uma chamada global para a eliminação da doença por ser praticamente 100% prevenível por vacina e rastreamento.
O câncer do colo do útero está associado à infecção
persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano),
especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres
cervicais. A infecção pelo HPV é muito comum. Estima-se que cerca de 80% das
mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. A maior
parte dos casos regride espontaneamente. Quando isso não ocorre, pode ocorrer o
desenvolvimento de lesões precursoras que, se identificadas e tratadas
adequadamente, possibilita prevenir a progressão para câncer.
A principal forma de prevenção é a vacinação contra o HPV,
que protege contra os subtipos oncogênicos 6, 11, 16 e 18. Os dois primeiros
causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70%
dos casos de câncer do colo do útero.
A vacina também está disponível no SUS para pessoas de 9 a
45 anos vivendo com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos, que
apresentam maior risco de desenvolver câncer e complicações relacionadas ao
HPV. Também estão incluídas as pessoas, nessa faixa etária ampliada, que foram
vítimas de violência sexual, devido ao risco aumentado de desfechos negativos
relacionados ao HPV, e também as portadoras de papilomatose respiratória
recorrente (PPR).
A detecção precoce do câncer do colo do útero é feita
atualmente pelo exame citopatológico do colo do útero, na faixa etária de 25 a
54 anos, a cada três anos.
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