Polícia Civil atende mais de 50 casos de violência contra mulher em Alto Taquari
Sala especial para atendimento de mulheres vítimas de violência |
O Alto Taquari em pauta perguntou sobre a importância da Lei
Maria da Penha para o combate da violência contra a mulher. Em sua resposta, a
Dr.ª Michele fez questão de enfatizar que “a lei é um símbolo de esperança e de
compromisso do estado com a segurança, a dignidade e a manutenção da vida de
todas as mulheres, em especial as de Alto Taquari”.
Ainda segundo a delegada, a violência alcança mulheres de todos os níveis sociais, religiões e “muitas vezes as mulheres acabam deixando de denunciar por medo, e assim permite que o ciclo de violência aumente no lar”.
“O ciclo começa quando a vítima perdoa e volta com o agressor, após ele vai intensificando esse processo de violência, ele começa com ameaça e depois acaba agredindo ela fisicamente, quando não faz algo pior, como o feminicídio”, alertou Dr.ª Michele.
Para atender todas as mulheres “cis” e “trans”, a delegacia de Alto Taquari tem a sala especial “Juíza Glauciene Chaves de Melo” que conta com uma profissional mulher para atendimento.
“Agora temos esta sala, a mulher vítima de qualquer violência ao chegar na delegacia é encaminhada para a sala, onde será atendida por uma profissional mulher. Se necessário, é encaminhada para o hospital ou para um psicólogo”, explica.
No artigo 7º, a lei tipifica os cinco tipos de violência.
Resumidamente, são eles:
I - violência física
Conduta que ofende a integridade ou saúde corporal;
II - violência psicológica
Conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima
ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou
controlar ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,
perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - violência sexual
Conduta que constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a
sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a
force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus
direitos sexuais e reprodutivos;
IV - violência patrimonial
Conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades;
V - violência moral
Conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
A violência doméstica em Alto Taquari
Conforme os dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os casos de violência doméstica continuam crescendo no país, houve aumento de 9,8% entre 2022 e 2023.
Um levantamento feito pelo Alto Taquari em pauta com os dados fornecido pela dra.ª Michele Castro Reis, apontam que no último ano que corresponde 1 de agosto de 2023 a 1 de agosto de 2024, o município registrou:
Medidas Protetivas de Urgência: 56
Inquéritos Policiais concluídos que investigou casos de violência doméstica: 45
Inquéritos Policiais por estupro e crimes sexuais: 6
Operação Shamar
Segundo assessoria do governo do estado, a Polícia Civil de Mato Grosso lançou, nesta quarta-feira
(07.08), a Operação Shamar para intensificar o enfrentamento a violência
doméstica e familiar contra a mulher durante o mês de agosto.
A operação tem por finalidade prevenir crimes de
descumprimento de medidas protetivas, de perseguição, de violência psicológica
e de feminicídio, além de desenvolver ações preventivas, como palestras, rodas
de conversa e entre outras atividades sociais.
Disque denúncia
O Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.
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