Genérico, referência ou similar: entenda diferenças e veja lista dos medicamentos mais vendidos
Fonte: G1 Foto: Ana Clara Marinho |
Você já deve ter visto, em algum momento, aquela caixinha de
medicamento com um G gigante e uma tarja amarela. A política de
medicamentos genéricos no Brasil, estabelecida em 1999, promoveu uma profunda
mudança no panorama da saúde pública no país.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias de
Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos) apontam que:
- 85% dos
medicamentos do programa Farmácia Popular são genéricos;
- 79% dos
consumidores compram ou já compraram medicamentos genéricos;
- 38% dos
medicamentos vendidos no país são genéricos;
- Os
preços são, geralmente, 35% mais baixos em comparação aos
de referência.
Os genéricos estão disponíveis nas farmácias como uma
alternativa ao medicamento de referência, mas você sabe as diferenças entre
genérico, referência e similar? A gente te explica nesta reportagem.
Os genéricos são aqueles considerados equivalentes aos de
referência, com o mesmo princípio ativo, mesma dose e forma farmacêutica. São
administrados pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica.
Seria como uma "cópia" e, por isso, são intercambiáveis.
"É possível, no momento da compra de um medicamento de
referência, substituí-lo por um medicamento genérico. Importante destacar que
os medicamentos genéricos também possuem a sua eficácia, segurança e qualidade
comprovadas por meio de testes de biodisponibilidade e bioequivalência garantindo
assim a sua total eficácia terapêutica", explica o farmacêutico Fábio
Ribeiro da Silva, conselheiro do Conselho Regional de Farmácia de SP e diretor
geral da Faculdade de Guarulhos (FAG).
O genérico é comercializado após a expiração da patente
do medicamento original. Nas farmácias, ele tem a tarja amarela, o G
de genérico e é identificado pelo nome do princípio ativo (por exemplo:
dipirona)
💊Referência (ou de marca)
É o medicamento considerado inovador, registrado na Anvisa, que teve sua eficácia, segurança e qualidade comprovadas por estudos clínicos e não clínicos. Serve como padrão para a comparação com genéricos e similares. Estão no mercado há bastante tempo e são conhecidos por nomes comerciais. Quando a patente expira, outros laboratórios são autorizados a produzir o mesmo medicamento.
💊Similares
Também são cópias do medicamento de referência, com mesma
composição química, concentração, eficácia, segurança e qualidade. Contudo,
diferentemente dos genéricos, podem ter diferenças em características como
excipientes, embalagem, rotulagem, prazo de validade, entre outros. Além disso,
sempre serão identificados por meio de um nome comercial ou uma marca.
O farmacêutico explica que é mais difícil diferenciar o que
é medicamento similar e o que é medicamento referência. "Nesse caso,
recomendo que o paciente se oriente com o médico ou com o farmacêutico",
diz.
🚨🚨Resumindo: as
principais diferenças estão no processo de registro, nome comercial e, às
vezes, nos excipientes. Todos atendem os padrões da Anvisa sobre eficácia,
segurança e qualidade.
Por que o genérico é mais barato?
Como o genérico é uma "cópia" do medicamento
referência, o fabricante não precisou realizar todas as pesquisas para
o seu desenvolvimento.
"Como a indústria que vai produzir o genérico não teve
esse custo, essa é uma das razões pelas quais o medicamento genérico acaba
ficando mais barato para aquisição do paciente", aponta o farmacêutico.
Além disso, segundo a legislação, o medicamento genérico
deve ser, no mínimo, 35% mais barato que o medicamento de referência.
A intercambialidade dos medicamentos
Tanto genéricos quanto similares são intercambiáveis
apenas com o medicamento de referência. Ou seja, não dá para trocar um
similar por um genérico ou vice-versa. O motivo? Os estudos de comparação de
cada um foram feitos com o medicamento referência.
Fábio Ribeiro da Silva explica que a intercambialidade entre
o medicamento referência e o genérico pode acontecer no ato da compra.
O paciente pode questionar se existe um genérico mais acessível.
"Importante destacar que esse procedimento de
intercambialidade ou troca de medicamentos é ato privativo do
farmacêutico", alerta.
Os genéricos mais vendidos no país em 2023
Remédios para pressão alta, disfunção erétil, analgésico e antigases estão entre os genéricos mais vendidos em 2023, segundo a PróGenéricos. Veja abaixo:
- Losartana (hipertensão)
- Dipirona
Sódica (analgésico)
- Hidroclorotiazida (hipertensão)
- Nimesulida (anti-inflamatório)
- Enalapril (hipertensão)
- Sildenafila (disfunção
erétil)
- Atenolol (hipertensão)
- Simeticona (antigases)
- Tadalafila (disfunção
erétil)
- Sinvastatina (reduzir
colesterol)
"Com um preço mais acessível é possível que um número
muito maior de pessoas tenha acesso aos medicamentos de qualidade e aos
tratamentos. Os genéricos apresentam a mesma qualidade e os mesmos efeitos do
medicamento de referência", completa o farmacêutico e conselheiro do
CRF-SP.
Como saber os medicamentos genéricos registrados?
Para consultar qualquer medicamento regularizado na Anvisa,
acesse a página Consultas - Medicamentos. Para consultar os medicamentos
genéricos registrados, selecione “Genérico” no campo “Categoria Regulatória” e
efetue a pesquisa de acordo com os outros dados de interesse.
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