Fonte: CNN Brasil Foto: Franken/Getty Images |
Comer regularmente carnes vermelhas e processadas, em particular, está associado a um risco maior de diabetes tipo 2, segundo uma análise de dados de 31 grupos de estudo publicada na semana passada, na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology.
O estudo é o mais abrangente até o momento a mostrar a ligação entre carnes processadas e carnes vermelhas não processadas com o diabetes tipo 2, disse a autora sênior do estudo, Dra. Nita Forouhi, professora de saúde e nutrição populacional na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em um e-mail.
O diabetes tipo 2, uma condição crônica que ocorre quando o nível de açúcar no sangue é constantemente alto, é o tipo mais comum de diabetes, segundo o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos EUA. Se não for gerenciado, o diabetes tipo 2 pode levar a problemas como doenças cardíacas, derrames e doenças renais.
Ainda há mais perguntas sobre carne que precisam ser feitas,
como o risco associado ao consumo de aves e os possíveis efeitos de diferentes
métodos de cozimento, disse a Dra. Hilda Mulrooney, especialista em nutrição e
saúde na Universidade Metropolitana de Londres, em um comunicado à imprensa.
Ela não participou do estudo.
Um olhar global
O estudo foi observacional, então os pesquisadores não
puderam concluir que o consumo de carne foi a causa direta do diabetes, disse
Mulrooney.
Mas a conexão foi forte, disse Forouhi, observando que “esses achados foram consistentes em diferentes populações, regiões do mundo e países”.
Os pesquisadores analisaram dados de quase 2 milhões de
pessoas em 20 países. A equipe também levou em consideração fatores como
“qualidade da dieta, atividade física, tabagismo, consumo de álcool, ingestão
de calorias e índice de massa corporal, que poderiam impactar os resultados e
que, de outra forma, poderiam exagerar ou mascarar a relação entre carne e
diabetes tipo 2”, acrescentou Forouhi.
No entanto, os dados não permitiram que os pesquisadores considerassem outros fatores que podem contribuir para o diabetes tipo 2, como histórico familiar, resistência à insulina e circunferência da cintura, segundo o Dr. Duane Mellor, nutricionista e porta-voz da Associação Dietética Britânica e pesquisador honorário na Universidade de Aston, no Reino Unido. Ele não participou da pesquisa.
Esses fatores estão mais fortemente associados ao risco de desenvolver diabetes do que os fatores que os pesquisadores conseguiram considerar, acrescentou ele em um comunicado à imprensa.
“É possível que o aumento do risco associado ao consumo de carnes processadas e vermelhas possa ser resultado desses outros fatores de confusão”, disse Mellor.
Mais plantas, menos carne
Mesmo com essas limitações, as evidências no novo estudo e
as recomendações dietéticas atuais são um forte argumento para reduzir o consumo
de carne, disse Mulrooney.
“O consumo de carne geralmente excede as orientações dietéticas”, afirmou. “As orientações dietéticas atuais também recomendam substituir carnes vermelhas e processadas por carnes como aves, além de reduzir o consumo geral de carne usando alternativas como ervilhas, feijões, lentilhas e tofu.”
Embora ainda não haja uma pesquisa clara sobre se o consumo
de aves está relacionado ao risco de diabetes tipo 2, o estudo recente mostrou
que substituir carnes vermelhas e processadas por aves resultou em um risco
reduzido de desenvolver diabetes tipo 2, acrescentou Mulrooney.
“É bem conhecido que, em geral, as carnes processadas disponíveis, como presunto, salsichas, bacon, cachorro-quente, salame ou pepperoni, são altamente processadas, contendo aditivos químicos e sendo ricas em sal, o que as torna prejudiciais para uma ampla gama de condições de saúde”, disse Forouhi.
Existem muitas maneiras de reduzir o consumo, incluindo “comer essas carnes com menos frequência, consumir porções menores ou substituí-las por alimentos alternativos ricos em proteínas”, acrescentou.
E, além de buscar uma dieta rica em vegetais, frutas, nozes e feijões, pessoas preocupadas com o diabetes devem garantir a incorporação de exercícios físicos regulares, afirmou Mellor.
Remédio para diabetes pode proteger contra Alzheimer, sugere estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.