Paris 2024: conheça o breaking, nova modalidade olímpica que mistura arte e esporte
Fonte: TV Cultura Foto: Reprodução/ Confederação Brasileira de Breaking |
Conhecido por alguns como “break”
ou “breakdance”, é um estilo de dança urbana que se originou nos Estados Unidos
na década de 1970, como uma forma de expressão e de crítica sócio-política ao
governo e exército americano da época. Em seu próprio nome faz alusão ao movimento
de “quebrar” (to break em inglês) qualquer sistema, paradigma ou padrão.
Em entrevista ao site da TV
Cultura, o árbitro Carlos Lopis, conhecido como “B-boy Amendoim”, filiado ao
Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD), explica sobre algumas regras,
movimentos, critérios de avaliação e pontuação.
Em Paris, a competição será
separada em dois eventos: um masculino e outro feminino. Conhecidos por B-Boys
(Break boys) ou B-Girls (Break girls), os atletas se enfrentarão em batalhas
individuais, sempre que um estiver performando ou outro aguarda para poder
responder ao movimentos, ao mesmo tempo em que são avaliados pelos árbitros. Ao
todo serão 32 atletas, sendo 16 na categoria masculina e 16 na categoria
feminina.
Quais as principais regras?
“O b-boy/b-girl deve apresentar sua performance de forma objetiva trazendo os conceitos da dança breaking, explorando sua criatividade, movimentos de assinatura e trazendo todo esse vocabulário de movimentação em cima da música, aonde os jurados vão avaliar uma entrada de cada competidor e gerando o relatório de pontos aonde definimos quem venceu a batalha”, explica Carlos.
Normalmente as batalhas são
acompanhadas por músicas contendo batidas de baterias, especialmente hip-hop,
funk e soul breakbeat, contudo existem diversas variedades muito mais amplas,
que são escolhidas na hora pelo DJ ao longo de três rounds com duração de 60
segundos.
“Além de cumprir os quesitos exigidos o b-boy/b-girl que faz a diferença é aquele que apresenta a “signature” que seria o movimento de criação própria, aonde somente ele no mundo faz ou é reconhecido por ele ser o primeiro a fazer, mesmo havendo quem faça hoje em dia, isso faz com que o dançarino mostre além do seu limite e gera uma surpresa na hora da batalha”, afirma.
Freeze: quando um breaker mantém
seu corpo parado no lugar por alguns segundos, normalmente afastado do chão com
apenas as mãos como apoio.
Como atingir uma boa pontuação e sair vitorioso?
“Através da sua performance, o atleta deve desempenhar bem em três categorias: qualidade física, qualidade artística e qualidade interpretativa. O b-boy/b-girl que trabalhar melhor sua dança dentro desses quesitos, trazendo limpeza, originalidade, criatividade e musicalidade de forma contínua ganha mais pontos que o adversário que somente realiza a execução, tem falhas ou não se conecta tão bem com a música”, explica.
O Brasil ainda disputa o torneio pré-olímpico em busca de suas vagas, a próxima e última etapa de classificação acontece no Olympic Qualifier Series (OQS) em Budapeste, de 20 a 23 de junho. Ao todo, serão 80 atletas disputando por 14 vagas, 7 masculinas e 7 femininas.
O Brasil é favorito na modalidade? O que vê como diferencial nos atletas brasileiros?“O Brasil está há anos causando esse impacto no cenário mundial das competições, nos últimos anos em eventos não olímpicos, o Brasil tem conquistado muitos títulos e botando o terror por onde passa. Temos o diferencial que nosso país nos proporciona de diversas áreas culturais que exploramos dentro de nossas dança como capoeira , samba , danças nordestinas e etc, são coisas que nos agrega e nos faz ser diferente da maioria dos breakers do mundo. Desde a forma de se expressar até a energia que temos de ir buscar o troféu com “sangue no zoio”- como falamos”, diz o árbitro.
A entrada nos Jogos Olímpicos significa um marco muito importante para a cultura de rua, considerado um dos quatro elementos do hip hop, o breaking está fortemente ligado às periferias de todo o mundo, contudo a novidade gerou desconfiança na comunidade hip-hop onde a dança foi criada.
“No começo fomos um pouco resistentes ao processo, com a dúvida se nossa cultura que houve muita luta se tornaria um esporte e que perderia suas essências! Mas houve toda uma adaptação e diálogo para que no fim o breaking será o mesmo de sempre e será apresentado da sua mesma forma no cenário olímpico, assim favorecendo e expandindo a nossa arte”, conta Carlos.
Toda a competição de breaking acontece nos
dias 9 e 10 de agosto. O local das provas será a imponente Place de la
Concorde, o ponto central dos esportes urbanos durante os jogos, sediando
também as competições de BMX Freestyle, skate e basquete 3×3.
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.