Estudantes estrangeiros têm facilidades para estudar no Brasil? Entenda o 'caminho'
Fonte: Terra Foto: Reprodução/Getty Images
A experiência de estudar fora do país e ainda aprender um novo idioma são alguns dos principais atrativos para quem deseja fazer um intercâmbio. Assim como ocorre em outras nações, o Brasil também recebe estudantes que têm esse mesmo interesse.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), há muitas
formas de ingressar nas instituições de ensino superior brasileiras. As
universidades têm autonomia para gerir seus programas de mobilidade acadêmica,
mas, para facilitar as relações entre os ministérios da Educação de outros
países, MEC e Ministério de Relações Exteriores (MRE) criaram programas que
auxiliam o estrangeiro a estudar no País.
As inscrições para participar do PEC-G são anuais,
gratuitas e podem ser feitas na Embaixada ou Consulado do Brasil no país de
origem do estudante, de acordo com Rejane Faria Ribeiro Rotta, secretária de
Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás (SRI-UFG).
"Temos várias formas para um aluno que queria fazer um
intercâmbio no Brasil. Se tratando de Universidade Pública Federal, hoje, o
maior programa de formação de graduação é o PEC-G. Esse programa oferece
oportunidade a países em desenvolvimento e, preferencialmente, para estudantes
de 18 a 23 anos, com o Ensino Médio completo", explica.
Além disso, também é necessário que o interessado tenha
média global de todas as disciplinas e média final da língua oficial de seu
país (inglês, francês, português ou espanhol), igual ou superior a 60%. A lista
de critérios inclui:
- Certificado de proficiência em língua portuguesa CELPE-Bras;
- Comprovante de que possui meios suficientes para se manter no Brasil;
- Compromisso de voltar a seu país de origem após a graduação.
Segundo o MRE, atualmente, há mais de mil estudantes
matriculados em universidades brasileiras pelo programa.
A segunda via tradicional para estrangeiros estudarem no
Brasil é o Programa de Estudos-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG). A iniciativa
foi criada em 1981 e é voltada para aqueles que desejam tentar cursos de
pós-graduação, seja mestrado ou doutorado, nas instituições brasiliras.
Basicamente, o PEC-PG segue as mesmas regras do PEC-G, mas
há mais condições para candidatura. São elas:
- Não ser portador de visto permanente;
- Ter curso de graduação completo (ou mestrado, caso esteja tentando doutorado);
- Se for ex-estudante graduado com a PEC-G, deve comprovar que permaneceu no país de origem por pelo menos dois anos após ter obtido o diploma brasileiro.
Para se inscrever, o candidato deve preencher um formulário
online e, junto com ele, enviar documentos pessoais, diploma de graduação,
carta de aceitação da instituição de ensino superior brasileira, duas cartas de
recomendação de professores, pesquisadores ou de pessoas de reconhecida
competência na área, além do projeto de pesquisa detalhado em português.
Entre os benefícios, o estudante selecionado irá receber uma
bolsa mensal e não terá custos com a formação, assistência médica ou passagens
aéreas para retornar ao seu país de origem, caso conclua o curso
corretamente.
"Hoje, são programas bem exitosos, porque contempla
países que realmente o Brasil tem um papel importante na sua contribuição. Acho
que é um investimento importante", destaca Rejane.
Ainda segundo ela, em algumas instituições, como a UFG, um
aluno é 'escalado' para dar suporte e acompanhar o colega estrangeiro durante
sua experiência no Brasil.
"A Secretaria de Relações Internacionais dá todo o
apoio sobre as questões migratórias. Inclusive, o 'Programa de Convívio
Cultural', que, na verdade, chamamos de 'Amigo Cultural', a gente faz a divulgação
e os alunos e a comunidade acadêmica podem se inscrever para quando tivermos um
aluno chegando de algum país, acioná-los", acrescenta.
Esse apoio é requisitado para situações do dia a dia, como
dúvidas sobre ônibus, assistência médica e explicações sobre algum formulário.
Outros caminhos
Além desses dois programas, há também iniciativas mais
enxutas do MRE. O programa GCUB Mobilidade Internacional, por exemplo, é uma
associação civil que reúne 89 instituições de ensino superior, privadas e
públicas, que oferece bolsas de mestrado e doutorado.
Já a Universidade de Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (Unilab) é voltada para o ensino superior e integração entre o
Brasil e países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
em especial, do continente africano. A iniciativa, criada em 2010, oferece
bolsas de estudo para graduação, pós-graduação e capacitações
técnico-administrativas em diversas áreas.
A Unilab possui quatro campi, três deles no Ceará e um na
Bahia.
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