Em 10 anos, disparos de armas de fogo mataram 4 vezes mais negros que brancos no Brasil, diz pesquisa
Fonte: G1 Foto: Reprodução/Unsplash |
Os dados são do Boletim Saúde da População Negra, projeto do
Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto Çarê. O
estudo, obtido com exclusividade pela TV Globo, tem o objetivo de
subsidiar pesquisas sobre a saúde da população negra.
"Evidências acadêmicas pautam o reconhecimento das
desigualdades estruturais e históricas e revelam uma maior vulnerabilidade da
população negra às agressões, manifestando-se em indicadores de saúde
desfavoráveis e ressaltando a necessidade premente de políticas públicas e
intervenções em saúde direcionadas", argumentam Rony Coelho e Manuel
Mahoche, autores da pesquisa.
"As disparidades enfrentadas pela população negra em
contextos de violência e saúde são profundas e multifacetadas, demandando uma
resposta que transcende a assistência à saúde e abarca educação, habitação,
segurança pública e justiça social, visando à construção de uma sociedade
genuinamente equitativa", afirmam.
O que o estudo concluiu?
O boletim mostra que, de 2012 a 2022, 149,7 mil
homens negros morreram por consequência de disparo de arma de fogo em via
pública, frente a 38,2 mil homens brancos. A diferença é de quase quatro
vezes.
O estudo aponta que as taxas de mortalidade de
homens negros são "significativamente mais altas em comparação as de
homens brancos" na faixa etária de 18 a 24 anos.
A partir dos 45 anos, a discrepância se reduz e há um padrão
mais homogêneo quando comparadas as duas categorias.
No período, o ano que registrou mais homicídios de negros
nessas circunstâncias foi 2017: 17,6 mil mortes, contra 4,1 mil homens brancos
assassinados.
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