Cresce número de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego, diz governo
Fonte: G1 Foto: Foto: Natinho Rodrigues/Sistema Verdes Mares |
Deste grupo, cerca de 60% são mulheres, a maioria com
filhos pequenos, e 68% são negros, segundo o estudo.
Os dados foram divulgados pela subsecretária de Estatísticas
e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, no evento “Empregabilidade Jovem” do
Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo (SP).
Para ela, os números ainda são um reflexo da pandemia de
Covid-19 e podem ser explicados, em parte, pelo trabalho de cuidado que as
mulheres exercem na sociedade.
“Muitas mulheres ficaram um tempo fora do mercado na
pandemia e encontraram outras alternativas. Muitas até anteciparam a gravidez.
Elas cuidam de parentes, têm atividades que são socialmente valorizadas, mas
não estão no mundo do trabalho”, afirma.
Os jovens entre 14 e 24 anos representam 17% da população
brasileira (34 milhões de pessoas), e a maioria deles (39%) vive na região
Sudeste, sendo metade no estado de São Paulo.
Com informações da PNAD Contínua, do IBGE, o levantamento
mostra que a taxa de participação do grupo no mercado de trabalho ainda
não retornou ao patamar de 2019, que era de 52,7% no 1º trimestre. No mesmo
período deste ano, a porcentagem é de 50,5%.
A taxa representa os jovens ocupados e desocupados, que
estão à procura de emprego. Quem não entra nas estatísticas são aqueles que
estão fora do mercado, por realizarem outras atividades, como trabalhos de
cuidado ou só estudarem.
Em 2024, a população ocupada na faixa etária entre 14 e 24
anos é de 14 milhões, sendo que 45% (6,3 milhões) trabalham na
informalidade, segundo o levantamento.
Conforme a pesquisa, do total de jovens ocupados, apenas 12%
(cerca de 2 milhões) atuam em ocupações técnicas, atividades culturais ou da
informática e comunicações, que têm menor taxa de informalidade.
A maioria, cerca de 12 milhões, exerce ocupações de baixa
qualificação ou remuneração, aponta o estudo.
Entre as ocupações mais frequentes do grupo, estão
trabalhadores de controle de abastecimento e estoques, escriturários gerais,
repositores de prateleiras, caixas e expedidores de bilhetes, recepcionistas,
balconistas, vendedores de loja, entre outras.
Aprendiz e estagiário em alta
Entre 2011 e 2024, dobrou o número de aprendizes no
Brasil. Atualmente, são 602 mil. E o levantamento destaca que 59% deles
não concluíram o ensino médio.
Esse nível de escolaridade explica o tipo de postos de
trabalho da maioria dos aprendizes, segundo a pesquisa, que são ocupações
formalizadas e “que pagam as contas”, mas nem sempre apontam para caminhos
futuros.
As principais, atualmente, são: auxiliar de liderança,
assistente administrativo, repositor de mercadorias, vendedor de comércio
varejista, alimentador de linha de produção, mecânico de manutenção de
máquinas, embalador, escriturário de banco, auxiliar de logística, operador de
caixa e almoxarife.
Já os estagiários eram 642 mil em 2023 e são 877 mil em
2024, um crescimento de 37%. Mais da metade (51%) atua em empresas privadas,
mas há elevada parcela no setor público (40%), principalmente na administração
pública (30%) e Justiça (7%).
Além disso, para somente 46% dos estagiários, havia
declaração de bolsa-auxílio ou salário de contratação. O valor médio no país
varia de R$ 712 a R$ 1.314, a depender da jornada de trabalho.
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