Pesquisadores brasileiros desenvolvem filme bioplástico com casca de banana que não agride o meio ambiente
Fonte: G1 Foto: Reprodução/TV Globo
Ela é a fruta mais produzida no mundo, cultivada em 125
países, e a preferida entre os brasileiros. "Eu gosto muito da fruta, mas
a casca da banana vai pro lixo.
Do lixo direto para os laboratórios. Pesquisadores da
Embrapa Instrumentação e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram
através da casca da banana um filme bioplástico que pode ser utilizado como
embalagem primária, aquelas que ficam em contato direto com os alimentos.
Além de não agredir o meio ambiente, ela ainda protege
o produto embalado. "As cascas têm propriedades antioxidantes. Os filmes e
propriedades de bloqueio parcial de luz ultravioleta, reduzindo as taxas de
oxidação dos alimentos", diz Henriette Azeredo, pesquisadora da Embrapa.
O processo começa com a desidratação das cascas. Depois de
trituradas, elas são diluídas. Em um equipamento, a mistura passa por um tratamento
que usa água como reagente, um processo muito mais limpo e ecologicamente
adequado.
"O tratamento hidrotérmico é pioneiro para a produção
de filmes bioplásticos a partir de resíduos, e o objetivo dele é desestruturar.
Nesse caso, a casca de banana, liberando alguns compostos de interesse que tem
dentro dessa estrutura, de modo que, quando a gente vai produzir o filme, eles
se reorganizem, possibilitando a formação de um filme coeso, um filme
íntegro", diz Rodrigo Duarte Silva, pesquisador da Embrapa.
Na sequência, a biomassa é espalhada em lâminas e levadas
para as estufas. Cerca de 24 horas depois, o biofilme já esta pronto pra ser
usado.
"Quando esse material vai para a natureza, ele não é
tão persistente como os plásticos convencionais, então ele vai se biodegradar e
ser reassimilado ao ciclo biológico, muito mais rapidamente", explica Caio
Gomide Otoni, pesquisador da UFSCar.
A pesquisa foi publicada pela revista científica americana
Journal of Cleaner Production no início do ano.
"O processo foi feito em escala de laboratório. O
próximo passo seria aumentar a escala e fazer uma escala piloto, até surgirem
empresas interessadas para tentar isso em escala maior", finaliza
Henriette Azeredo.
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