DPVAT: CCJ do Senado aprova volta do seguro obrigatório de veículos
Fonte: G1 Foto: Shutterstock |
A proposta, que deverá ser votado também nesta terça pelo
plenário da Casa, permite ainda que o governo antecipe a ampliação de
despesas no Orçamento de 2024.
Na prática, essa medida vai liberar mais de R$
15 bilhões em gastos, que deverão ser usados pelo Planalto para
compensar um montante parcial das emendas de comissão – vetadas pelo
presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT)
em janeiro.
O seguro de proteção às vítimas de acidentes de trânsito
deixará de ser chamado de DPVAT e passará a se chamar
Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidente de Trânsito (SPVAT).
A cobrança do DPVAT foi extinta durante o governo do
presidente Jair
Bolsonaro (PL).
Em 2021, o saldo remanescente da arrecadação do seguro passou a ser gerido
pela Caixa
Econômica Federal.
O texto aprovado determina que a contratação do seguro
será obrigatória e anual para todos os proprietários de veículos terrestres
automotores, como carros, motos, ônibus e caminhões.
O valor da taxa e as diferenciações por tipo de veículo
serão definidos posteriormente pelo Conselho Nacional de Seguros Privados
(CNSP).
Segundo o relator da proposta, o líder do governo no
Senado, Jaques
Wagner (PT-BA), um estudo do Ministério da
Fazenda estima que a tarifa deverá variar entre R$ 50 e R$
60. Se a proposta virar lei, a cobrança deve voltar a ocorrer em 2025.
O projeto possibilita que a cobrança do seguro seja feita
pelos estados junto ao licenciamento anual ou ao Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA). As unidades federativas que seguirem esse
caminho poderão receber até 1% do montante arrecadado anualmente pelo SPVAT.
Os recursos do seguro poderão também ser repassados a
estados e municípios com transporte público coletivo. O percentual do repasse
poderá variar entre 35% e 40% do montante arrecadado pelo seguro.
Em acordo com a oposição, Jaques anunciou que o presidente
Lula vetará trechos da proposta que estabelecem multa para o não pagamento do
seguro. O texto também classifica a ausência de pagamento como infração
grave.
O compromisso com o veto foi tomado para que a proposta não
sofresse alterações e não precisasse voltar à Câmara, onde o texto já foi
aprovado em abril.
O SPVAT poderá pagar indenizações a vítimas de acidentes em
casos de:
- morte
- e
invalidez permanente, total ou parcial
Também poderá reembolsar despesas com:
- assistência
médica, como fisioterapia, medicamentos e equipamentos ortopédicos
- serviços
funerários
- e a
reabilitação profissional para vítimas com invalidez parcial
Os valores das indenizações serão definidos pelo CNSP, e a
gestão do seguro será feita pela Caixa Econômica Federal, por meio de um fundo.
Segundo a proposta, o pagamento do seguro será necessário
para que o proprietário consiga realizar:
- o
licenciamento anual
- a
transferência de propriedade do veículo
- e a
baixa de registro de veículos
Folga de R$ 15 bilhões
A pedido do governo, durante a análise na Câmara, foi
incluído um dispositivo que, na prática, permite ao governo aumentar os
gastos em 2024.
O texto antecipa em dois meses a autorização para que o
Planalto abra crédito suplementar em caso de superávit fiscal — quando as
receitas com impostos ficam acima das despesas, desconsiderando os juros da
dívida pública.
Segundo Jaques Wagner, a mudança permitirá elevar em 0,8% as
despesas da União. A
“folga” aberta no Orçamento seria de R$ 15,7 bilhões. Essa
medida deverá compensar uma série de gastos do governo.
O principal deles deverá ser a retomada parcial do montante
vetado por Lula (R$ 5,6 bilhões) para as emendas de comissão. Segundo o blog da
Julia Duailibi no g1, o governo também pretende utilizar os valores
para desfazer bloqueios orçamentários.
O veto às emendas deverá ser apreciado nesta quinta (9) em
sessão conjunta do Congresso. O governo articula uma recomposição de R$
3,6 bilhões no valor desse tipo de emenda.
“Para bater esse martelo, eu preciso localizar onde estão
esses R$ 3,6 bilhões. Não é novidade que, no próprio projeto do DPVAT, se
colocou a localização desse dinheiro. Se não colocar, a gente vota, e o governo
vai ter que bloquear, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse
Jaques Wagner.
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.