Operação contra violência doméstica resulta em 286 prisões e atendimento a 1.789 vítimas em MT
Fonte: PJCMT Foto: Reprodução PJCMT |
A Polícia Civil de Mato Grosso instaurou, durante a Operação Nacional Átria, 932 inquéritos para apurar crimes de violência contra a mulher. A operação foi realizada durante o mês de março, em todos os Estados do país, em uma mobilização nacional coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No período de um mês de realização da operação, foram presos
em flagrante 253 agressores pelos mais variados delitos no âmbito da violência
doméstica, sexual e contra a vida e outros 33 detidos por força de mandados
judiciais temporários e preventivos.
Em Mato Grosso, as 15 regionais da Polícia Civil realizaram
ações preventivas e repressivas que resultaram no atendimento a 1.789 vítimas
de violência doméstica. Doze delas necessitaram ser resgatadas de suas moradias
com ajuda policial; 60 sofreram lesões corporais e18 violência sexual; 780
requereram medidas protetivas de urgência.
Um efetivo de 597 policiais civis atuou nas ações da operação Átria.
Coordenadoria da Mulher
Recém-criada na estrutura da Polícia Civil, a Coordenadora
de Políticas Públicas para Mulheres e Vulneráveis foi responsável pela
integração das ações da Operação Átria com as Delegacias Especializadas de Defesa
da Mulher e núcleos existentes nas unidades policiais no interior do Estado.
Na avaliação da delegada Jannira Laranjeira, a operação
levou o compromisso do Estado em garantir a efetiva aplicação da lei e a defesa
dos direitos fundamentais de todos os cidadãos, especialmente no combate à
violência contra a mulher, em razão do gênero. “Esta operação foi conduzida com
o mais alto padrão de profissionalismo e comprometimento, resultando em
significativos avanços na proteção dos direitos humanos e na promoção da
segurança de nossas comunidades”, enfatizou a profissional.
Durante a operação, foram realizadas ações estratégicas em
diversas regiões de Mato Grosso, abrangendo investigações, fiscalizações,
diligências para apurar denúncias de violência, além das ações
preventivas que alcançaram um público de 9,8 mil pessoas com 411 palestras
realizadas.
Além disso, a Operação Nacional Átria promoveu a conscientização e a
sensibilização da sociedade civil, destacando a importância da denúncia e do
apoio às vítimas, bem como da construção de uma cultura de respeito e igualdade
de gênero.
Casa de Eurídice
O lançamento da operação Átria foi marcado pelo primeiro
atendimento virtual do Projeto Casa de Eurídice, que tem como princípio a
justiça e o acolhimento humanizado às vítimas de violência doméstica.
A Casa de Eurídice, desenvolvido pela Polícia Civil e que leva o nome da mãe da primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, amplia os atendimentos a vítimas de violência doméstica e vulneráveis, com atendimentos padronizados e garantia à proteção integral como estratégia de enfrentamento à violência, e buscando a interiorização das ações desenvolvidas.
“O Projeto Casa de Euridice, para mim, não tenho nem como
explicar a emoção que sinto dessa homenagem feita a minha mãe, que morreu há
pouco tempo de Covid. Minha mãe lá no céu deve estar muito feliz com essa
homenagem e eu também estou muito feliz, não tenho nem palavras para demonstrar
a gratidão que vou ter pelo resto da vida a cada um de vocês que fazem esse trabalho,
representando o nome do Estado”, agradeceu a primeira-dama Virginia Mendes.
O atendimento virtual, feito pela equipe multidisciplinar do
Plantão de Violência Doméstica e Sexual de Cuiabá, funciona ininterruptamente,
24 horas por dia, levando todas as ferramentas de proteção às mulheres,
disponíveis na Capital, às cidades do interior de Mato Grosso. O projeto-piloto
foi iniciado pela Delegacia de Sorriso e agora será estendido para a baixada
cuiabana e região do Araguaia.
“Queremos implementar o atendimento à mulher vítima de
violência doméstica e que a justiça seja efetivada desde o atendimento policial
porque temos a consciência que o enfrentamento à violência doméstica precisa
ser trabalhado em rede. É um trabalho multidisciplinar e têm várias facetas, já
que cada mulher tem suas necessidades que precisam ser identificadas no
primeiro atendimento”, salientou a delegada Jannira.
Além do atendimento da unidade policial, a vítima de
violência doméstica poderá ser encaminhada ao atendimento jurídico, psicológico,
psicossocial e, caso necessário, também receberá o amparo segurança
assistencial, que é a transferência de renda, do programa SER Família Mulher.
“No ano de 2020, durante a pandemia, nós tivemos um outro
grande ponto de mudança, que foi a criação do Plantão 24 horas de atendimento a
vítimas de Violência Doméstica. A primeira-dama acompanhou todas as
dificuldades porque andou aqui dentro. Enquanto as obras estavam em andamento,
brigou bastante sobre como as coisas deveriam ser feitas e todo esse movimento
representou para nós um marco no combate a violência contra mulher na Polícia
Civil. Agora no ano de 2024, a senhora Virginia Mendes volta aqui para pontuar
mais um marco da Polícia Civil, que é a Coordenadoria de enfrentamento à
violência contra mulher e vulneráveis”, destacou a delegada-geral da Polícia
Civil, Daniela Maidel, ao comentar sobre o projeto Casa de Eurídice.
Armas cortantes apreendidas 19
Armas de fogo 29
Munições 789
Diligências realizadas 216
Busca e apreensão 41
Vítimas atendidas 1.789
Vítimas resgatadas 12
Presos em flagrante 253
Presos por mandado de prisão 33
Boletins registrados 1.681
Inquéritos concluídos com autoria: 1.071
Inquéritos instaurados 932
Medidas cautelares 368
Medidas protetivas 780
Átria é o nome da principal estrela da constelação Triângulo
Austral, do hemisfério sul. Em alusão à posição de destaque da estrela, o nome
dado à operação remete à ideia de reposicionar mulheres agredidas, retirando-as
da condição de vítima.
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