Mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo, aponta relatório global
Fonte: G1 Foto: Divulgação |
Ao longo dos últimos 30 anos, as taxas de obesidade entre
crianças e adolescentes em todo o mundo aumentaram quatro vezes, enquanto os
números dos adultos mais do que dobraram. O relatório também mostra que 43% dos
adultos estavam acima do peso em 2022.
Os dados são de uma análise global conduzida pela NCD Risk
Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial da
Saúde (OMS), publicada na revista científica "The Lancet" no último
dia 29 de fevereiro.
O relatório reuniu informações de 3.663 estudos de base populacional com 222 milhões de participantes em 200 países e territórios, e teve contribuição de mais de 1.500 pesquisadores.
“No passado, pensávamos na obesidade como um problema dos
ricos. A obesidade é um problema do mundo”, disse Francesco Branca, chefe de
nutrição da OMS.
Segundo o documento, 159 milhões de crianças e adolescentes
e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022, somando mais de
um bilhão de pessoas afetadas pela obesidade. Ou seja, uma em
cada oito pessoas vive com obesidade no planeta.
A análise também trouxe taxas de baixo peso entre os anos
pesquisados. A proporção de crianças e adolescentes afetados pelo baixo
peso caiu cerca de um quinto em meninas e mais de um terço em meninos.
Em adultos, a proporção caiu mais da metade.
A obesidade e o baixo peso são formas de desnutrição e são
prejudiciais à saúde das pessoas de muitas maneiras, alertam os pesquisadores.
Veja os números da análise global:
- As
taxas globais de obesidade mais do que quadruplicaram em
meninas (1,7% para 6,9%) e meninos (2,1% para 9,3%) entre 1990 e 2022;
- O
número total de crianças e adolescentes que foram afetados pela obesidade
em 2022 foi de 159 milhões (65 milhões de meninas e 94
milhões de meninos), em comparação com 31 milhões em
1990;
- O
Brasil ocupou o 54º lugar na classificação geral de obesidade em
crianças e adolescentes em 2022. A taxa aumentou de 3,1%
em 1990 para 14,3% em 2022 para meninas e 3,1% para 17,1%
para meninos no mesmo recorte de tempo.
- As
taxas de obesidade mais que dobraram entre as mulheres (8,8%
para 18,5%) e quase triplicaram nos homens (4,8% para
14,0%) entre 1990 e 2022;
- 879
milhões de adultos viviam com obesidade em 2022 (504 milhões de
mulheres e 374 milhões de homens), em comparação com 195 milhões registrados
em 1990.
- O
Brasil ocupou o 70º lugar na classificação geral de
obesidade em mulheres. A taxa de obesidade aumentou de 11,9% em
1990 para 32,6% em 2022.
- A
prevalência da obesidade foi classificada como a 65ª mais alta do
mundo para os homens em 2022. A taxa aumentou de 5,8% em
1990 para 25% em 2022.
"É muito preocupante que a epidemia de obesidade que
era evidente entre adultos em grande parte do mundo em 1990 agora se
espelhe em crianças e adolescentes em idade escolar. Para combater com
sucesso ambas as formas de desnutrição, é vital que melhoremos
significativamente a disponibilidade e a acessibilidade de alimentos saudáveis
e nutritivos", alertou o professor Majid Ezzati, autor sênior do estudo.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, ressaltou
que governos, indústrias e comunidades precisam trabalhar juntos para combater
a obesidade.
"Este novo estudo destaca a importância de prevenir e
controlar a obesidade desde o início da vida até a idade adulta, por meio de
dieta, atividade física e cuidados adequados, conforme necessário. Voltar aos
trilhos para cumprir as metas globais para conter a obesidade exigirá o
trabalho de governos e comunidades, apoiado por políticas baseadas em
evidências da OMS e agências nacionais de saúde pública", disse.
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