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Casal vende máscara por R$ 750, e peça é leiloada por R$ 22 milhões

Fonte: G1 Foto: Pascal Guyot/AFP


Em 2021, um casal de aposentados com mais de 80 anos da França encontrou uma máscara africana em casa de veraneio deles na cidade de Alès.

No começo do século 20, o imóvel era de um dirigente de governo francês que trabalhava em colônias do país na África. A máscara estava dentro de um armário da residência.

O casal pediu para um comerciante para comprar a máscara. Ele pagou 130 euros (cerca de R$ 750, na cotação atual).

Seis meses depois, o casal viu a peça à venda em um catálogo de uma casa de leilões da cidade de Montpellier. O preço inicial era de 300 mil euros (R$ 1,5 milhão). No leilão, a peça foi vendida por 4,2 milhões de euros (R$ 22 milhões), de acordo com a rede BBC.

O casal processou o homem que pagou R$ 750 na peça. No final de outubro aconteceu a primeira audiência do processo (leia mais abaixo).

A máscara mais rara que um quadro de Leonardo da Vinci

O proprietário antigo da casa de Alès era René-Victor Fournier. O catálogo do leilão em que a máscara foi vendida afirma que ele obteve a máscara por volta de 1917 em circunstâncias desconhecidas.

Segundo uma reportagem da RFI, Fournier trabalhou em Dakar e no Congo. A máscara teria sido comprada em uma viagem ao Gabão.

A peça foi feita por pessoas do povo fang, tem cerca de 55 centímetros de altura, é feita de madeira, e representa a figura humana. Estima-se que a obra seja do século 19.

De acordo com o leiloeiro, a máscara era de um grupo de vigilantes que se incumbia de afastar problemas, como pessoas que praticavam feitiçaria.

De acordo com a BBC, um especialista disse à mídia francesa que existem apenas cerca de dez máscaras como essa feitas por mestres do povo fang, e que a peça seria mais rara do que uma pintura de Leonardo da Vinci.

O casal de aposentados e o Gabão querem a máscara

Na terça-feira (31), o comerciante que comprou a peça por R$ 750 teve a primeira audiência na Justiça da França. O homem afirma que ele mesmo não sabia que a máscara era tão rara e que seria leiloada por R$ 22 milhões.

O processo pode ser suspenso. Assim que o caso abriu, o governo do Gabão pediu para que o caso seja suspenso na Justiça e que a peça seja devolvida ao país.

O governo do Gabão afirma que, antes de qualquer outra ação, a máscara foi roubada de lá e por isso deveria ser entregue ao país.


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