Governo lança Novo PAC e triplica investimentos em infraestrutura
Fonte: Agência Brasil Foto:Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes |
O
governo federal lança nesta sexta-feira (11) a terceira edição do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Com o desafio de focar em obras de
infraestrutura que promovam a sustentabilidade, o Novo PAC deve prever
investimentos públicos federais de R$ 371 bilhões para os próximos quatro anos
em áreas como transportes, energia, infraestrutura urbana, inclusão digital,
infraestrutura social inclusiva e água para todos. Outras áreas como defesa,
educação, ciência e tecnologia também devem ser incluídas no novo programa.
A
implementação do programa deve triplicar os investimentos públicos federais
em infraestrutura nos próximos anos. Além de recursos do orçamento da União,
o novo PAC contará com recursos de estatais, financiamento de bancos públicos
e do setor privado, por meio de concessões e parcerias público-privadas. A
previsão é que o total investido chegue a R$ 1,7 trilhão em quatro anos,
incluindo investimentos da Petrobras. A
primeira etapa do PAC será composta por empreendimentos propostos pelos ministérios
e por governadores. Uma segunda etapa terá início em setembro, com uma
seleção pública para estados e municípios. Os principais objetivos do novo
PAC são incrementar os investimentos, garantir a infraestrutura econômica,
social e urbana, melhorar a competitividade e gerar emprego de qualidade. A
primeira versão do PAC foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em janeiro de 2007, com o objetivo de superar os gargalos de
infraestrutura do país. Primeiramente, o programa previu investimentos de R$
503,9 bilhões em ações de infraestrutura nas áreas de transporte, energia,
saneamento, habitação e recursos hídricos, entre 2007 e 2010. Uma
segunda etapa do programa, o PAC 2, foi anunciada em 2011 pela então
presidenta Dilma Rousseff, com investimentos previstos em R$ 708 bilhões em
ações de infraestrutura social e urbana. Desafios Um
dos principais desafios do Novo PAC será evitar os mesmos erros das edições
anteriores, que resultaram em descontinuidade e paralisação de obras. O Tribunal
de Contas da União (TCU) aponta que, no final de 2022, o país tinha mais de
8,6 mil obras paralisadas, o que representa cerca de 38,5% dos contratos
pagos com recursos da União. Segundo o TCU, o mau planejamento dos
empreendimentos é o principal fator de paralisação das obras. A
cerimônia de lançamento do Novo PAC está marcada para as 10h, no Theatro
Municipal do Rio de Janeiro. Divisão
dos investimentos A
parceria entre governo federal e setor privado, estados, municípios e
movimentos sociais é uma das principais marcas do novo programa para gerar
emprego e renda, reduzir desigualdades sociais e regionais, em um esforço
comum e comprometido com a transição ecológica, neoindustrialização,
crescimento com inclusão social e sustentabilidade ambiental. O
Novo PAC está organizado em medidas institucionais e em nove eixos de
investimento. As
medidas institucionais são um conjunto articulado de atos normativos de
gestão e de planejamento que contribuem para a expansão sustentada de
investimentos públicos e privados no Brasil. São cinco grandes grupos: Aperfeiçoamento
do ambiente regulatório e do licenciamento ambiental Expansão
do crédito e incentivos econômicos Aprimoramento
dos mecanismos de concessão e PPPs Alinhamento
ao plano de transição ecológica Planejamento,
gestão e compras públicas O
Novo PAC incluiu novos eixos de atuação como inclusão digital e conectividade
para levar internet de alta velocidade a todas as escolas públicas e unidades
de saúde. Além de expandir o 5G, levará rede 4G a rodovias e regiões remotas.
O investimento total ´é de R$ 28 bilhões. No
eixo saúde, serão construídas novas unidades básicas, policlínicas,
maternidades e adquiridas mais ambulâncias para melhorar o acesso a
tratamento especializado. O Novo PAC investe também no complexo industrial de
saúde, fortalecendo a oferta de vacinas e hemoderivados, e também em
telessaúde para aumentar a eficiência em todos os níveis de atendimento à
população. O investimento total é R$ 31 bilhões. A
construção de creches, escolas de tempo integral e a modernização e expansão
de institutos e universidades federais é prioridade na educação. O programa
vai impulsionar a permanência dos estudantes nas escolas, a
alfabetização na idade certa e a produção científica no Brasil e terá
investimento total de R$ 45 bilhões. Às
ações de educação se somam as do eixo infraestrutura social e inclusiva, que
garantirá o acesso da população a espaços de cultura, esporte e lazer,
apostando no convívio social e na redução da violência. O investimento total
é de R$ 2 bilhões. Para
que as cidades se adaptem às mudanças climáticas e ofereçam melhor qualidade
de vida à população, o eixo cidades sustentáveis e resilientes vai construir
novas moradias do Minha Casa Minha Vida e financiar a aquisição de
imóveis. Com recursos de R$ 610 bilhões, o programa investirá
também na modernização da mobilidade urbana de forma sustentável, em
urbanização de favelas, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e
contenção de encostas e combate a enchentes. O
eixo água para todos garantirá água de qualidade e em quantidade para a
população, chegando até as áreas mais remotas do país. Os investimentos, de
R$ 30 bilhões, em recursos hídricos vão fortalecer as comunidades frente aos
desafios hídricos e climáticos. O Novo PAC investe na revitalização das
bacias hidrográficas em ações integradas de preservação, conservação e
recuperação. O
eixo transporte eficiente e sustentável reúne os investimentos em rodovias,
ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias em todos os estados do Brasil, a
fim de reduzir os custos da produção nacional para o mercado interno e elevar
a competitividade no exterior. O investimento é de R$ 349 bilhões. Para
atender ao desafio da transição e segurança energética, 80% do acréscimo da
capacidade de energia elétrica virão de fontes renováveis. Por meio do
programa Luz para Todos, o PAC vai universalizar o atendimento no Nordeste e
antecipar a universalização de comunidades isoladas na Amazônia Legal. Os
investimentos no pré-sal vão expandir a capacidade de produção de derivados e
de combustíveis de baixo carbono. O eixo transição e segurança energética
garante a diversidade da matriz energética, a soberania brasileira, a
segurança e eficiência para o país crescer de forma acelerada, gerando
emprego, renda e inclusão social. Serão aplicados R$ 540 bilhões. Os
investimentos no eixo defesa, de R$ 53 bilhões, permitirão equipar o país com
tecnologias de ponta e aumento da capacidade de defesa nacional. A
partir de setembro, no âmbito do Novo PAC, o governo lançará editais que somam
R$136 bilhões para a seleção de outros projetos prioritários de estados e
municípios, além dos anunciados no lançamento do programa nas seguintes
áreas: Cidades:
urbanização de favelas, abastecimento de água, esgotamento sanitário,
resíduos sólidos, mobilidade urbana e prevenção a desastres naturais Saúde:
UBSs, policlínicas e maternidades Educação:
creches, escolas e ônibus escolares Cultura:
CEUs da cultura e projetos de patrimônio histórico Esporte:
espaços esportivos comunitários |
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