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Fonte: CNN Brasil Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer |
O Índice de Preços de Alimentos
da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) subiu
1,5 pontos (1,3%) em julho, ante o mês anterior. O índice atingiu média de
123,9 pontos, mas recuou 16,6 pontos (11,8%) em relação ao mesmo mês do ano
passado.
A alta ocorreu pelo aumento no
preço de óleos vegetais com o fim do acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia
após a escalada do conflito entre os dois países e pelas novas restrições
comerciais ao arroz.
O subíndice de preços dos cereais
registrou média de 125,9 pontos em julho, 0,7 pontos (0,5%) a menos em relação
a junho e 21,3 pontos (14,5%) abaixo de um ano atrás.
Movimentação de preços
Grãos
O milho manteve a tendência de
queda, por causa do aumento no fornecimento sazonal das colheitas do Brasil e
da Argentina, além da possível produção mais alta do que o esperado nos Estados
Unidos.
Já o trigo subiu 1,6%, primeiro
aumento em nove meses, em virtude das incertezas com as exportações ucranianas
após o fim do acordo de grãos e aos danos contra infraestruturas portuárias da
Ucrânia. As condições de seca no Canadá e nos Estados Unidos também
impulsionaram a alta.
Os preços da cevada ficaram
praticamente estáveis e os do sorgo apresentaram queda. O arroz aumentou 2,8%
em julho, atingindo seu nível mais alto desde setembro de 2011, impulsionado
pela proibição da Índia à exportação de boa parte dos tipos do grão.
Óleos vegetais
O levantamento mensal da FAO
também mostrou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de
129,8 pontos em julho, 14 pontos (12,1%) a mais em relação a junho, a primeira
alta em sete meses.
Conforme a FAO, o avanço foi
impulsionado por cotações mundiais mais altas dos óleos de girassol, palma,
soja e colza. Os preços do óleo de girassol se recuperaram em mais de 15% em
relação ao mês anterior, devido às preocupações em torno do fornecimento após a
saída da Rússia do pacto com a Ucrânia para exportações no Mar Negro.
Os preços do óleo de palma também
subiram, refletindo a perspectiva de crescimento moderado nas regiões
produtoras. Quanto aos preços dos óleos de soja e colza, os aumentos ocorreram
pela preocupação com a produção de soja nos EUA e da colza no Canadá.
Carnes
Já o subíndice de preços das
carnes apresentou média de 117,8 pontos em julho, 0,4 pontos (0,3%) abaixo de
junho, mas permaneceu 6,3 pontos (5,1%) abaixo do mesmo período no ano anterior.
“Os preços internacionais da
carne bovina caíram, refletindo maiores disponibilidades de exportação na
Oceania, coincidindo com uma demanda de importação contida nos mercados
asiáticos devido a estoques elevados e vendas internas lentas”, explicou a FAO.
Quanto aos preços da carne de
aves, houve queda devido ao aumento da oferta dos principais exportadores,
apesar dos impactos da influenza aviária em importantes regiões produtoras,
como o Brasil.
Já os preços da carne ovina
continuaram em queda, pelo terceiro mês consecutivo, refletindo as elevadas
disponibilidades de oferta na Oceania e a demanda mais baixa dos principais
importadores, incluindo China e Europa Ocidental. “Por outro lado, o contínuo
aperto de oferta na Europa Ocidental e nos EUA, juntamente com uma demanda
sazonal alta, levou a um aumento nos preços da carne suína pelo sexto mês
consecutivo”, diz o relatório.
Derivados do leite
O subíndice de preços de
laticínios registrou média de 116,3 pontos em julho, recuo de 0,5 ponto (0,4%)
em relação a junho, marcando o sétimo mês seguido de baixas. Em relação ao
mesmo mês em 2022, a média caiu 30,2 pontos (20,6%), de acordo com o órgão
O declínio foi liderado pelas
cotações mais baixas de leite em pó desnatado e manteiga. Já os preços do leite
em pó integral se recuperaram ligeiramente, influenciados pelos movimentos nas
taxas de câmbio, apesar do progresso na produção da Nova Zelândia.
Os preços do queijo se
recuperaram após cinco meses de quedas, refletindo um fortalecimento das vendas
de serviços de alimentação e o impacto das altas temperaturas na oferta de
leite na Europa.
Açúcar
A FAO também registrou média de
146,3 pontos em julho para o subíndice de preços do açúcar, queda de 5,9 pontos
(3,9%) em relação a junho. As cotações internacionais do açúcar, no entanto,
permaneceram 33,4 pontos (29,6%) acima dos níveis registrados em junho de 2022.
“O bom progresso da colheita de
cana-de-açúcar 2023/24 no Brasil e as chuvas que beneficiaram as condições de
umidade do solo em grande parte das áreas de cultivo na Índia exerceram pressão
sobre os preços mundiais do açúcar no mês”, explicou a FAO.
A lenta demanda de importação da
Indonésia e da China, maiores importadores de açúcar do mundo, também foi um
fator de pressão. No entanto, as preocupações com o El Niño limitaram as
quedas, segundo o órgão.