Outro paciente tomando Saxenda, o
medicamento anterior e menos eficaz para perda de peso da Novo, que contém um
ingrediente ativo diferente, relatou pensamentos de automutilação, disse a
agência.
Os dados de segurança não
mostraram nenhuma “associação causal” entre os pensamentos suicidas ou de
automutilação e os medicamento, acrescentou em um comunicado.
A Novo Nordisk disse que a
segurança do paciente era a principal prioridade e tratava todos os relatórios
sobre eventos adversos com muita seriedade. As ações da farmacêutica
dinamarquesa caíram 1% nesta segunda-feira (10) após a notícia.
A investigação da EMA se
concentra em medicamentos que contêm semaglutida ou liraglutida.
O Wegovy, tratamento para obesidade da Novo, cuja demanda aumentou nos
Estados Unidos, contém semaglutida, enquanto o Saxenda contém liraglutida.
A revisão foi anunciada semanas depois que o regulador emitiu um sinal de
segurança para o câncer de tireoide, um meio de monitorar efeitos
potencialmente adversos, em vários produtos da Novo que contêm semaglutida.
Os pensamentos suicidas não estão listados como um efeito colateral na
informação do produto da UE dos tratamentos.
Nos Estados Unidos, no entanto, as instruções para Wegovy recomendam que os
pacientes sejam monitorados quanto a pensamentos ou comportamentos suicidas.
De acordo com o Painel Público do Sistema de Relato de Eventos Adversos da
Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FAERS), houve pelo menos 60
relatos de ideação suicida desde 2018 de pacientes em semaglutida ou de seus
profissionais de saúde.
Além disso, a FAERS recebeu pelo menos 70 desses relatórios de usuários de
liraglutida ou de seus profissionais de saúde desde 2010.
As informações nos relatórios do FAERS não foram verificadas e a existência
de um relatório não é prova de causalidade, diz o FDA.
Os efeitos colaterais prejudicaram várias tentativas anteriores da
indústria farmacêutica de desenvolver drogas lucrativas para perda de peso.
O SASY.PA Acomplia da Sanofi, que nunca obteve aprovação nos EUA, foi
retirado da Europa em 2008 após ser associado a pensamentos suicidas.
Acomplia foi concebido para modificar partes do sistema nervoso que regulam
o apetite.
Novos medicamentos para perda de peso, como o Wegovy, no entanto, regulam o
apetite imitando um hormônio intestinal e não interferindo diretamente na
química do cérebro.
A EMA disse nesta segunda que consideraria se a revisão deveria ser
estendida a outros medicamentos da mesma classe conhecidos como agonistas do
receptor GLP-1.
Penny Ward, professora visitante de medicina farmacêutica no Kings
College em Londres e especialista em monitoramento de segurança de medicamentos
na UE, disse que não está claro por que o número muito pequeno de relatórios
desencadeou a revisão da EMA, mas que isso pode resultar em uma ação séria como
a retirada de um dos produtos do mercado.
“É mais provável que isso resulte em uma mudança na rotulagem, para que os
prescritores sejam informados sobre esse possível efeito, para que possam
alertar os pacientes e procurar pessoas que possam ser particularmente
suscetíveis a esse tipo de problema”, disse Ward.
Nenhum comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.