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Não Por Força Nem Por Violência, Mas Pelo Meu Espírito

Fonte: Estilo Adoração Foto: Reprodução Internet



A frase: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” significa que a obra do Senhor não é estabelecida e realizada com base nos méritos das realizações humanas. O sucesso da obra de Deus depende, antes de tudo, da ação poderosa do próprio Espírito de Deus.

Essa declaração esta registrada num versículo do livro do profeta Zacarias, onde lemos: “Esta é a palavra do Senhor para Zorobabel: Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4:6).

Como o versículo deixa claro, essa frase foi uma declaração de encorajamento da parte do Senhor direcionada a Zorobabel. Então é importante entender brevemente o contexto em que ela aparece. O povo judeu havia retornado à cidade de Jerusalém após décadas de cativeiro. Eles tinham a tarefa de reerguer a cidade e, especialmente num primeiro momento, reconstruir o templo.

Então o Senhor levantou homens valorosos para liderar e encorajar os judeus remanescentes na tarefa da reconstrução do templo e na conseqüente restauração de Jerusalém. Zorobabel era um desses homens. Ele era um descendente legítimo do rei Davi e assumiu a posição de líder de Judá naquele período. Ao seu lado também estava o sumo sacerdote Josué que trabalhou junto de Zorobabel na reconstrução do templo.

Mas o povo precisava ser encorajado; precisava saber que apesar de suas falhas e limitações, Deus não falharia em cumprir o seu propósito. Então para encorajar e comunicar sua vontade àquele povo, o Senhor levantou os profetas Ageu e Zacarias.

O ministério profético de Ageu falou muito sobre a reconstrução do templo; enquanto que o ministério de Zacarias, embora também tenha falado sobre a reconstrução do templo, enfatizou de forma especial as bênçãos futuras que aguardavam a comunidade restaurada.

Não por força nem por violência

Oposição, desânimo e impossibilidade formavam o pano de fundo da declaração: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”. A reconstrução do templo havia sido iniciada anos antes dessa declaração, mas a obra não estava sendo nada fácil. Oposições internas e externas ameaçavam a conclusão da obra. Além disso, o próprio povo estava abatido e intimidado diante de suas próprias limitações e incapacidades.

Em comparação com o primeiro templo que havia sido construído durante o reinado do rei Salomão, a situação da reconstrução do templo no pós-exílio era completamente outra. No tempo de Salomão Israel era um reino poderoso e contava com inúmeros recursos.

Agora, no tempo de Zorobabel, havia apenas uma comunidade que havia sobrevivido aos anos difíceis do exílio. No tempo de Salomão havia um rei no trono de Jerusalém e a nação era soberana. Mas no tempo de Zorobabel, humanamente falando a nação estava frágil e subjugada. Porém, embora o trono de Jerusalém estivesse vazio – não havia a figura oficial de um rei em Judá – o trono do universo estava ocupado. O Deus Todo-Poderoso que governa a história é quem estava cuidando de todas as coisas.

Então com o objetivo de explicar o seu plano àquela comunidade remanescente, Deus deu ao profeta Zacarias oito visões noturnas que tratavam da obra de reconstrução sob as lideranças de Zorobabel e Josué (Zacarias 1:7-6:8). Mais precisamente na quinta visão, o Senhor mostrou ao profeta que a reconstrução do templo seria completada, e nada poderia impedir essa obra.

Mas Zorobabel e Josué eram seres humanos limitados que não tinham os recursos necessários para concluir a obra. Daí vem o encorajamento do Senhor: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”.

Nessa expressão a palavra “força” traduz o hebraico hayil que indica “habilidade”, “eficiência” e “proeza humana”. Esse termo muitas vezes é aplicado no sentido militar para enfatizar a força e a bravura de um exército. Já a palavra “violência” – ou “poder” em algumas traduções – traduz o hebraico koah que indica “poder”, “vigor” e “força humana”.

Mas pelo meu Espírito

Quando o rei Salomão construiu o primeiro templo, ele contava com um exército de operários (1 Reis 5:13-18). Com uma oferta de mão-de-obra quase que ilimitada, não faltavam recursos para uma construção bem sucedida. Claro que aquela situação confortável também havia sido providenciada por Deus. Foi o Senhor quem havia feito prosperar o reinado de Davi e na sequência abençoado o governo de Salomão. Como uma nação soberana sobre outras nações, Israel recebia tributos e juntava tesouros que possibilitavam construções esplendorosas.

Mas os judeus do tempo de Zorobabel não tinham a força, o vigor, a habilidade e o poder que seus antepassados dispuseram quando construíram o templo de Salomão. Mas eles também se sentiam desmotivados com o fato de que cabia a eles a tarefa de reconstruir aquele templo que havia sido destruído pelo rei Nabucodonosor, sem ter recursos à altura dos recursos que foram empregados na construção original.

Foi por isso que Deus disse através de Zacarias: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”. A reconstrução do templo não se daria pela força de um exército, nem pelo vigor individual do homem, e muito menos pela fartura de recursos. O que haveria de garantir o sucesso daquela obra era o poder do próprio Deus.

O povo estava desanimado, a oposição dos inimigos era grande e a economia daquela comunidade pós-exílio estava quebrada. Mas aquela obra seria terminada; não por força nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor. Através do profeta Ageu o Senhor garantiu a presença de seu Espírito no meio daquele povo: “O meu Espírito habita no meio de vós; não temais” (Ageu 2:5).

Não por força nem por violência: uma lição para todos nós

A declaração: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” é muito mais do que uma mensagem para Zorobabel. Ela serve como um encorajamento a todos que estão engajados na obra de Deus; bem como um aviso a todos que pensam que há mérito humano no que é realizado para o Senhor.

Somente quando vivemos pelo Espírito e somos guiados por Ele, é que podemos experimentar o verdadeiro sucesso espiritual. O Espírito do Senhor é a fonte de toda boa virtude que possamos demonstrar; o Seu poder é a força e o vigor para toda boa obra que possamos realizar.

Jamais devemos cair no erro de pensar que a obra do Senhor depende da força do nosso braço ou do arranjo da nossa sabedoria. Também jamais devemos tentar fazer alianças estranhas na tentativa de produzir algo bom diante de Deus. Algumas pessoas importam recursos do mundo como se a obra do Senhor dependesse disso.

Como diz J. Baldwin, somente quando o Espírito de Deus governa cada detalhe é que o serviço pode glorificá-lo (Comentário de Ageu e Zacarias, 1972). Nesse sentido, W. Wiersbe também diz que somente a obra realizada pelo poder do Espírito glorificará a Deus e passará pelo fogo do seu julgamento (Comentário Bíblico Expositivo, 2001).

Portanto, que fique claro que não há força, habilidade ou poder humano que seja suficiente para realizar a obra do Senhor. Então diante de tudo o que nos dispusermos a fazer, que sempre esteja aos ouvidos a palavra do Senhor que diz: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”. Que essa declaração seja nosso encorajamento, nossa motivação e também o aviso que nos faça creditar corretamente a glória por toda obra que fizermos a quem realmente merece recebê-la: o próprio Deus.

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