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História do Rei Davi: Quem Foi Davi na Bíblia?

Fonte: Estilo Adoração Foto: Reprodução Tv Record

A história de Davi é uma das mais conhecidas da Bíblia Sagrada. O rei Davi foi o segundo monarca de Israel, o homem escolhido por Deus para liderar seu povo. A vida de Davi é narrada no Antigo Testamento, nos livros de 1 e 2 Samuel, 1 Reis e 1 Crônicas.

O significado do nome “Davi”, dawid, é incerto. Porém, uma das possibilidades mais aceitas é a de que o nome Davi significa “amado”, procedente do hebraico dod. Já foi sugerido também que dawid deveria ser equiparado ao termo dawidum, “chefe” ou “oficial do exército”. Se fosse este o caso, então “Davi” seria um título ao invés de um nome próprio, mas essa sugestão é muito improvável.

Quem foi Davi?

Davi era o filho mais novo de Jessé, pertencia à tribo de Judá, e era neto da moabita Rute com o judeu Boaz. Ele nasceu em Belém, uma cidade que ficava aproximadamente 10 quilômetros ao sul de Jerusalém. Seu pai era um homem rico e respeitado na cidade.

Davi foi criado como pastor de ovelhas. Essa profissão lhe ensinou muitas qualidades que ele pôs em prática ao longo de sua vida. Quando ele assumiu o trono de Israel, por exemplo, ele demonstrou ter coragem, dedicação e cuidado com o povo. Exercendo sua profissão de apascentar ovelhas, Davi enfrentou situações desafiadoras, como um urso e um leão (1 Samuel 17:34-37). O texto bíblico afirma que Davi era ruivo, do hebraico ‘admoni, “vermelho”, e possuía boa aparência (1 Samuel 16:12).

Davi é ungido rei por Samuel

A primeira vez que Davi é mencionado na Bíblia é no texto que descreve a ocasião da visita do profeta Samuel a Belém. Deus havia rejeitado Saul como rei de Israel, e revelou que seu sucessor estava na casa de Jessé.

O profeta Samuel entrevistou os irmãos de Davi como possíveis candidatos ao trono. Inicialmente Davi não estava presente. Porém, quando nenhum dos outros filhos de Jessé atendeu as especificações divinas, Davi foi chamado do campo onde cuidava do rebanho.

Quando Davi se apresentou, Deus confirmou ao profeta Samuel que ele era o escolhido. Então Davi foi ungido na presença de seus irmãos (1 Samuel 16:13). No entanto, o propósito de tal unção não foi revelado publicamente naquela ocasião. A maioria dos comentaristas entende que provavelmente os que estavam presentes naquele momento entenderam que talvez Samuel estivesse ungindo um possível sucessor em seu ministério profético. Seria algo semelhante ao que fez o profeta Elias ao ungir o jovem Eliseu como seu sucessor.

Seja como for, o importante é que a Bíblia afirma que a partir daquele dia “o Espírito do Senhor se apoderou de Davi” (1 Samuel 16:13). Apesar de ter sido escolhido por Deus, ainda demoraria algum tempo até que Davi fosse reconhecido pelo povo como rei.

Davi e Golias

Um episódio que trouxe um extremo reconhecimento a Davi entre o povo de Israel foi quando ele enfrentou e matou o gigante filisteu Golias (1 Samuel 17). Davi havia saído de casa para levar alimento aos seus irmãos que eram guerreiros, bem como colher informações para seu pai sobre a batalha contra os filisteus.

Já no campo de batalha, Davi tomou conhecimento do desafio imposto por Golias ao exército de Israel. Ele havia proposto uma batalha individual contra o escolhido do lado hebreu. O lado vencedor determinaria o resultado da batalha.

Esse desafio já durava quarenta dias, mas ainda ninguém havia sido escolhido para lutar contra Golias. Para os israelitas, lutar contra aquele gigante parecia ser um suicídio. O próprio rei Saul entendia os riscos daquela escolha. Por isto ele ofereceu muitas recompensas para quem se prontificasse a lutar contra Golias. Além das recompensas, Saul também ofereceu a mão de sua filha em casamento.

Quando Davi se ofereceu para aceitar o desafio do gigante filisteu, ele recebeu o melhor equipamento militar entre os hebreus. Porém, ele recusou a oferta, pois não conseguiu manejar a armadura. Na ocasião do combate, Davi utilizou a pedra e uma funda como arma. O gigante foi derrotado, sua cabeça foi cortada e a vitória do jovem pastor evidenciou que o Senhor dos Exércitos estava com ele.

Davi na corte de Saul

Não é possível precisar com exatidão a cronologia dos eventos que seguem a unção de Davi por Samuel, a vitória sobre Golias e sua atuação na corte de Saul. O que sabemos é que Davi foi recomendado como músico para aliviar a melancolia de Saul (1 Samuel 16:18). Quando enfrentou o Golias, ele se revezava como pastor do rebanho de seu pai e suas tarefas na corte de Saul.

Além de músico particular do rei, Davi também começou a ser o portador da armadura de Saul. O rei havia se afeiçoou a ele (1 Samuel 16:21-23). Após o ato heroico de Davi derrotando o gigante, sua popularidade cresceu grandemente entre o povo.

A amizade de Davi com Jônatas e a inveja de Saul

Foi após a vitória sobre Golias que a amizade entre Davi e Jônatas nasceu. Essa amizade proverbial foi destacada na literatura bíblica. A amizade entre o príncipe de Israel e Davi um exemplo de companheirismo, lealdade, integridade e sinceridade (1 Samuel 18:1-4).

Essa amizade forte e verdadeira sobreviveu aos períodos de provação, e a aliança feita por Davi e Jônatas perdurou mesmo após a morte do filho de Saul, quando o rei Davi mandou buscar o aleijado Mefibosete e lhe designou a herança da família de Saul (2 Samuel 9:7-13).

Foi também nesse período que a ira invejosa de Saul cresceu contra Davi. Ele havia se tornado o favorito do povo (1 Samuel 18:5). Os israelitas começaram até a compor músicas para Davi, enaltecendo seus feitos mais do que os feitos do próprio rei.

Saul não conseguiu lidar com aquela situação, e em várias ocasiões tentou prejudicar e até matar Davi. Ele fez isto tanto diretamente como indiretamente (cf. 1 Samuel 18:11; 19:10). Saul sabia que a popularidade de Davi ameaçava seriamente a continuidade de sua família no trono. Esse era o principal motivo para essa perseguição.

De fato isso era verdade, o que torna a amizade entre Davi e o príncipe Jônatas, ainda mais extraordinária, pois Jônatas reconheceu que realmente o plano do Senhor para o futuro de Israel incluía Davi como rei (1 Samuel 23:16-18). Jônatas até tentou apaziguar a ira de seu pai contra Davi, mas não obteve êxito, e Davi finalmente precisou fugir.

Davi, o fugitivo

Quando Davi fugiu de Saul, ele buscou abrigo primeiramente em Ramá, ao lado do profeta Samuel. O rei ainda continuava empenhado em capturá-lo, mas não teve sucesso (1 Samuel 19:18-24).

Depois de Ramá, Davi foi até o santuário de Nobe. Ali ele garantiu alimento e armas para sua jornada até Gate, uma cidade dos filisteus. Foi nessa cidade onde Davi recebeu treinamento que o capacitou como um grande guerreiro.

Nesse período Davi também começou a formar um exército improvável. Ele reuniu homens considerados miseráveis, devedores e descontentes. Entre seus leais companheiros, muitos nem eram hebreus.

Nesse período Davi foi conquistando a confiança de clãs de Judá que estavam insatisfeitos com o papel desempenhado por Saul. Porém, enquanto o rei Saul esteve vivo, Davi não tentou nada contra sua vida. Foi nesse contexto que ele disse que não se pode tocar no ungido do Senhor. Esta frase bastante conhecida é também interpretada de forma equivocada por muitas pessoas.

A história de Davi como rei

A história de Davi como rei começou ainda antes de ele assumir o trono de Israel. Primeiramente ele tornou-se rei da tribo de Judá em Hebrom (2 Samuel 2-4). Esse local ficava aproximadamente 50 quilômetros de Jerusalém, e passou a ser sua capital.

Como rei em Hebrom, Davi fez importantes alianças estratégicas. Aos poucos ele começou a conquistar as principais lideranças de Israel. Com isso, ele contornou a indisposição com muitos daqueles que apoiavam a casa de Saul. Davi ficou em Hebrom durante sete anos e meio.

Davi, rei de Israel

Davi se tornou rei sobre as doze tribos de Israel após a morte de Isbosete, filho de Saul. Isbosete havia sido proclamado rei por alguns apoiadores de seu pai. Um deles foi o antigo capitão de Saul, Abner, que também acabou sendo morto. Davi assumiu o trono de Israel ainda em Hebrom, porém pouco depois transferiu sua capital para Jerusalém (2 Samuel 3-5).

Dessa forma, o rei Davi se tornou o primeiro a governar Israel como um império unificado. Mesmo com a divisão que ocorreu após a morte de seu filho, o rei Salomão, a dinastia da casa de Davi durou aproximadamente 425 anos.

Já em Jerusalém, o rei Davi construiu seu palácio no Monte Sião, após conquistar a região dos jebuseus (2 Samuel 5:6-9). Além dessa, ele também construiu várias outras construções importantes. O rei Davi também centralizou a adoração a Deus em Jerusalém, colocando a Arca da Aliança na capital do império, e desejava construir um Templo ao Senhor, porém essa tarefa Deus não lhe permitiu executar, ficando a cargo posteriormente de seu filho, Salomão.

O rei Davi também estabeleceu um poderoso exército profissional. Ele conquistou vitórias lendárias contra os edomitas, filisteus, cananeus, moabitas, amonitas, arameus e amalequitas. O rei Davi edificou estradas e fortaleceu rotas comerciais. Suas ações trouxeram grande prosperidade ao povo de Israel.

A vida pessoal do rei Davi

O rei Davi teve ao longo de sua vida muitas esposas e concubinas, com as quais ele foi pai de muitos filhos. Os filhos mais conhecidos de Davi na narrativa bíblica foram: Absalão, Adonias, Amom, Salomão e Tamar, sua filha.

Se o reinado a frente de Israel era próspero e exemplar, o mesmo não pode ser dito de sua vida familiar. A família do rei Davi sempre esteve cercada de conspirações, intrigas, rivalidades e tragédias.

Um exemplo claro disso são os episódios envolvendo Absalão, que matou Amom por ter violentado Tamar. Depois ele próprio acabou sendo morto por Joabe, sobrinho do rei Davi, por traição. O rei Davi conseguiu unir doze tribos, mas não conseguiu unir os próprios filhos.

O pecado do rei Davi

Foi no período de grande prosperidade do reino de Israel que Davi experimentou seu tombo mais amargo, onde conspirou adulterou com Bete-Seba e conspirou a morte de Urias, esposo da mulher.

O rei Davi foi duramente repreendido pelo profeta Natan, expondo um pecado que até então parecia que ficaria encoberto. Davi casou-se com Bate-Seba, se arrependeu profundamente, Deus o perdoou, mas não deixou de castigar o seu pecado (2 Samuel 12). Da união entre Bate-Seba e Davi nasceu seu herdeiro no trono de Israel, o rei Salomão.

As consequências do pecado de Davi puderam ser vistas claramente na sequencia da história de Israel. Certamente esse pecado descrito nas Escrituras é um alerta para cada um de nós, pois o caráter santo e justo de Deus não tolera esse tipo de coisa.

O caráter do rei Davi

O rei Davi estava longe de ser um homem perfeito, porém ele era uma pessoa sincera, fiel e leal aos seus amigos. Mas, principalmente, Davi era sensível à voz de Deus.

O rei Davi era alguém que tinha seu coração completamente inclinado a Deus. Ele sabia de sua condição humana limitada diante um Deus Todo-Poderoso. Dessa forma, ele era verdadeiro em se arrepender e buscar o favor divino.

O salmista Davi

O rei Davi é descrito como “o doce salmista de Israel” (2 Samuel 23:1). O Antigo Testamento faz inúmeras referências a Davi como tendo sido um tipo de líder da adoração musical de Israel. Ele também foi um inventor de instrumentos musicais e um habilidoso compositor (Neemias 12:24-46; Amós 6:5).

De todos os salmos registrados na Bíblia, 73 deles em seus títulos atribuem sua autoria a Davi. Alguns alguns deles são identificados como sendo salmos messiânicos. Na verdade o próprio Jesus atribui a autoria de um desses salmos a Davi (Levítico 20:42).

O rei Davi no Novo Testamento

O rei Davi é citado inúmeras vezes não apenas no Antigo Testamento, mas também no Novo Testamento. A menção mais importante sobre sua pessoa é como sendo um ancestral segundo a carne de nosso Senhor Jesus (Romanos 1:3). Ele é citado com destaque na genealogia de Jesus nos Evangelhos.

Ao todo, existem pelo menos 58 referências ao rei Davi no Novo Testamento. Entre elas, está incluso o título frequentemente utilizado para se referir a Jesus como “Filho de Davi”. No livro do Apocalipse, o apóstolo João registrou as seguintes palavras ditas pelo próprio Jesus: “Eu sou a raiz e a geração de Davi” (Apocalipse 22:16).

Uma das descrições mais conhecidas sobre quem foi Davi está registrada no livro de Atos dos Apóstolos. Nela, lemos que o rei Davi era um homem “segundo o coração de Deus” (Atos 13:22).

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