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Por que Deus permite o sofrimento dos Inocentes?

 

Fonte: Estudobiblico.org Foto: Pete Linforth por Pixabay

Devemos considerar que sobre todos os homens gerados de Adão pesa uma condenação, de modo que é sem propósito questionar a justiça de Deus argumentando que Ele é tolerante com os injustos, ou que é complacente com atos injustos. Todos os homens já nascem sob condenação! O juízo de Deus já foi estabelecido em Adão quando ele pecou. O juízo já veio, ou seja, foi estabelecido por causa de uma só ofensa para condenação. Quando Adão pecou, ele trouxe juízo e condenação sobre todos os seus descendentes (Romanos 5.16 e 18).


Por que Deus permite o sofrimento dos Inocentes?

Uma irmã questionou o motivo pela qual Deus não intervém em casos brutais, semelhante ao que ocorreu no Rio de Janeiro, no caso do menino João. Se Deus conhece todas as coisas e é justo, por que permite atrocidades?

“Por causa das muitas opressões os homens clamam por causa do braço dos grandes. Porém ninguém diz: Onde está Deus que me criou, que dá salmos durante a noite” (Jó 35:9 -10)

É certo que Deus conhece todas as coisas! É isto o que a Bíblia nos ensina. Deus, antes que qualquer evento ocorra, sabe o que há de vir! Daí o questionamento: Por que Deus permite que ocorra atrocidades, guerras, desastres, etc.?

A Bíblia nos dá a resposta:

  • Tudo o que o homem intentar ou programar fazer Deus permitirá que ocorra.

Da mesma forma que permitiu que Adão pecasse, Deus permitirá que os homens tracem livremente os seus próprios caminhos (Rm 1:28). É o que chamamos de livre-arbítrio.

Por que Deus permitiu que Adão pecasse? Porque ‘Onde o Espírito de Deus está, aí há liberdade’ ( 2Co 3:17 ), ou seja, no Éden, Deus concedeu plena liberdade a Adão, visto que podia comer livremente de todas as árvores do jardim ( Gn 3:16 ). Deus deu plena liberdade para Adão comer de todas as árvores do jardim, e garantiu livre acesso a todas as árvores, incluindo a árvore do conhecimento do bem e do mal.

“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16 -17).

Com a liberdade concedida foi apresentado um aviso solene: no dia em que Adão comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente haveria de morrer (Deus deu o motivo pelo qual não se deveria comer da árvore do conhecimento).

O conceito de morte apresentado no livro do Gênesis diverge do conceito do homem natural, que só pensa no termino das funções vitais do corpo.

Se para Deus vivem todos os homens, como podemos entender a morte como sendo uma pena?

O apóstolo Paulo esclarece o conceito de morte para Deus: Quem está morto para Deus é porque não é participante da natureza de Deus, ou seja, não tem comunhão com Aquele que é a vida. O homem morto para Deus adquiriu outra natureza e passou a viver para o pecado como escravo! Quem está morto para o pecado, passa da morte para vida, ou seja, vive para Deus ( Rm 6:11 )!

Abel era justo e, mesmo assim Deus permitiu que Caim matasse Abel. Deus foi injusto em permitir a morte de Abel? É o que descobriremos. Mesmo quando foi morto por Caim, para Deus Abel continuou vivo! ( Lc 20:38 ).

O apóstolo Paulo várias vezes fez referência a antiga condição dos cristãos, quando ainda não conhecia a verdade do evangelho, de mortos. Com relação ao passado dos cristãos (Paulo fala de outro tempo), mesmo quando vivos, para Deus estavam mortos! ( Ef 2:5 ).

  • Deus poderia ter impedido o acesso de Adão à árvore do conhecimento do bem e do mal, mas, mesmo sabendo do intento do homem, Ele não interferiu.

Quando foi formado do pó da terra, o homem foi criado à imagem e semelhança do seu Criador. A imagem que o homem recebeu foi a mesma imagem e semelhança que Jesus havia de vir ao mundo.

A imagem dos homens foi concedida por Cristo, o último Adão. Como criador de todas as coisas, Cristo criou o homem segundo a imagem que havia de vir ao mundo, e assim compreendemos o motivo pelo qual o apóstolo Paulo disse que Adão era figura daquele que havia de vir ( Rm 5:14 ).

Deus é Espírito, e espíritos não tem forma. A forma que o homem recebeu foi concedida por Cristo, que a tudo criou “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3).

A semelhança que o homem alcançou do seu Criador refere-se ao domínio, ou seja, a livre vontade soberana dentro da sua esfera de atribuição. Deus deu ao homem o domínio sobre tudo na face da terra, e estabeleceu o tempo como garantia desta soberania ( Gn 1:26 ). Caso o homem queira concertar uma decisão que tenha tomado anteriormente, terá que tomar uma nova decisão. Nem mesmo o homem pode alterar as suas decisões, visto que por semelhança Deus não muda os seus desígnios.

Assim como Deus não volta atrás em seus intentos (Ele não volta atrás em sua vontade, pois é soberano), por semelhança as decisões do homem são soberanas, visto que, se o homem quiser alterar uma decisão, não conseguirá. Terá de tomar uma nova decisão para ‘consertar a anterior’.

Vale destacar que Satanás não quis ser Deus, visto que tal intento é impossível de ser alcançado pelas suas criaturas. Satanás reconhece que a posição de Deus é inatingível ao chamá-lo de: o Altíssimo. Satanás almejou ser semelhante ao Criador, e não igual ou superior ( Is 14:13 -14). Para alcançar o seu intento, Satanás calculou mal, visto que pensou que, para alcançar a semelhança do Altíssimo precisaria subir acima das estrelas de Deus (anjos). Porém, a semelhança não se alcança de moto próprio, visto que Deus desceu e deu a sua semelhança aos homens. Isto é comentário para outra oportunidade, visto que é um erro gravíssimo dizer que Satanás quis ser Deus, ou que intentou roubar a glória de Deus.

  • Críticos do evangelho questionam a justiça de Deus quando uma criança morre, ou quando se vê crianças morrendo de fome, guerras, misérias, etc.

Mas, o que a Bíblia nos mostra?

Primeiro devemos considerar que sobre a humanidade já pesa uma condenação, ou seja, não há como o homem questionar a justiça de Deus dizendo que Ele é tolerante com os injustos, ou que é complacente com atos injustos, visto que sobre todos os homens gerados de Adão já pesa uma condenação. Todos os homens já nascem sob condenação, pois foram apenados com a morte, ou seja, foram destituídos da glória de Deus!

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23);

Observe que o Juízo de Deus já foi estabelecido em Adão por causa da ofensa. O juízo já veio, ou seja, já foi estabelecido por causa de uma só ofensa, e isto para condenação. Quando Adão pecou, ele trouxe juízo e condenação sobre os seus descendentes, conforme Rm 5:16 e 18.

Obs.: Ao desobedecer, Adão foi julgado conforme a liberdade e o conhecimento oferecido. Após pecar, ele foi condenado e recebeu a pena estabelecida: morte! ( 1Co 15:22 ), e com ele toda a humanidade morreu (foi destituída da vida que há em Deus.

“Pois assim como por uma ofensa veio o juízo sobre todos os homens, para a condenação…” ( Rm 5:18 ).

Como questionar a justiça de Deus se todos já estão debaixo de condenação? Portanto, não é verdadeiro o ditado que diz: ‘A justiça de Deus tarda, mas não falha’. Como pode ser tardia a justiça de Deus, se todos os homens já nascem sob condenação?

(Outro erro é considerarmos que o juízo de Deus será estabelecido no futuro, na consumação de todas as coisas. Terrível engano! O juízo já foi estabelecido em Adão. O que se dará no futuro é o julgamento quanto as obras dos homens perdidos “Já está condenado” ( Jo 3:18 ). Se o homem sem Cristo já está condenado é porque o julgamento já se deu no passado da humanidade).

  • Deus não é tolerante com a injustiça, visto que, mesmo que os homens estejam sob condenação ou salvos, Ele estabeleceu dois tribunais para julgamento das ações dos homens no futuro.
  1. O tribunal de Cristo será estabelecido para julgamento das ações dos salvos, e;
  2. O Grande Trono Branco, será estabelecido para os perdidos, uma vez que Deus trará a juízo as ações de todos os homens, sem exceção.

Resumindo:

  1. A humanidade já está sob condenação, ou seja, já foi julgada e apensada em Adão;
  2. Deus recompensará a cada um segundo as suas obras, sem acepção de pessoas ( Rm 2:11 ) , e isto se dará no futuro: no Tribunal de Cristo ( Rm 14:10 e 2Co 5:10 ) e no Grande Trono Branco ( Ap 20:11 ). Observe que as referências dizem das obras dos homens, salvos e não salvos respectivamente.
  • Todos que creem em Cristo morrem com Ele, e ressurgem uma nova Criatura. Sobre eles não pesa mais a condenação de Adão, pois passaram da morte para a vida e vivem para Deus. Mas, mesmo vivendo para Deus, o novo homem ainda pode praticar más ações, porém, isto será alvo de julgamento no Tribunal de Cristo.

Assim poderemos entender o versículo seguinte:

“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus…”( Rm 8:1 ).

Porque nenhuma? Se o apóstolo Paulo dissesse: ‘não há condenação’, entenderíamos que só era possível uma condenação aos homens. Mas, quando o apóstolo diz que ‘nenhuma condenação há’, é porque pesava sobre o homem mais que uma condenação:

1- A condenação de Adão, e;
2 – a condenação no Grande Trono Branco.

Hoje, em Cristo, o cristão está livre da condenação em Adão, e comparecerá ante o Tribunal de Cristo, para ser recompensado pelo que houver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.

“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” ( 2Co 5:10 ).

Por todos esses motivos apresentados não podemos questionar a justiça de Deus por questões circunstanciais como guerras, tragédias, calamidades, doenças, etc.

Deus é o oleiro e tem poder sobre o barro (homem) para de uma mesma massa fazer vasos com diferentes atribuições ( Rm 9:21 ).

Em Adão todos os vasos são criados para a desonra. Em função da carne e do sangue de Adão todos os homens nascem de uma semente corruptível, ou seja, são provenientes da vontade da carne, da vontade do varão e do sangue, portanto, não são filhos de Deus. São vasos para desonra, visto que estão em um caminho que os conduz à perdição.

Mas, Deus suporta com paciência os vasos da ira, ou seja, os vasos da desobediência que surgiram em Adão, pois Ele espera que todos venham ao conhecimento da verdade.

Os vasos para honra são criados em Cristo, o último Adão. Deus tem poder sobre o barro (os homens), para da mesma massa (carne de Adão) fazer vasos para honra, demonstrando que Ele é misericordioso. Ao fazer vasos para honra (ao qual somos nós Rm 9:24 ), Deus dá a conhecer a sua glória e misericórdia, revelando aos anjos a sua multiforme sabedoria, etc. ( Ef 3:10 ).

Em Adão são criados os vasos para desonra, e em Cristo os vasos para honra!

Por isso o apóstolo Paulo diz: “Quem és tu, que a Deus replicas?” ( Rm 9:20 ). Precisamos conhecer o conselho de nosso Deus, visto que o diabo lança as suas setas precisamente sobre as questões bíblicas que não compreendemos.

Deus permite o sofrimento porque deu o domínio da terra aos homens, e os seus dons são irrevogáveis (Gn 1:26). Caso Deus interviesse no dia a dia dos homens, certamente questionariam a liberdade concedida por Deus.

Os homens só se lembram de clamar a Deus, ou questionar os seus desígnios quando são afrontados ou quando lhes sobrevém algum mal, mas ninguém pergunta onde Deus está nos momentos de bonança (Jó 35:10).

Sim, Deus permite o sofrimento, para que o homem não saiba o que há de vir. Por isso deve considerar temer ao Senhor, que apesar de permitir o mal, há de pedir conta de tudo que o homem fizer.

“No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele” (Ec 7:14).

“O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou” (Ec 3:15).

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