Corrigir o filho com a vara: o que a Bíblia ensina
Fonte: Bibliaon Foto: Gerd Altmann por Pixabay
A Bíblia diz muito sobre criação de filhos, alguns princípios e até práticas podem ser encontrados nas páginas do Antigo e do Novo Testamento.
Ao mesmo tempo, o desenvolvimento das ciências pedagógicas, psicológicas e pediátricas alimentam a discussão sobre criação de filhos. O que é certo, errado, aconselhado ou desaconselhado de fazer como pais aos filhos.
Um dos princípios mais debatidos é o da disciplina física. Os movimentos modernos da sociedade lutam pela abolição do uso da disciplina física, considerando-as como antiquadas e sendo, na verdade, simples violência física.
Por outro lado, a Bíblia Sagrada vê utilidade nessa prática. Em especial, em versículos como:
A vara da correção dá sabedoria,
mas a criança entregue a si mesma
envergonha a sua mãe.
- Provérbio 29:15
Usar a vara como disciplina, não como violência
É importante notar que a principal fonte bíblica para esse tipo de prática vem de Provérbios, um livro de sabedoria. Isso porque a atitude de disciplinar fisicamente o filho era visto pela sabedoria do antigo oriente como algo sábio, como afirma comentaristas:
“A disciplina, inclusive o castigo corporal, era considerada uma atitude sábia e essencial para o bem-estar das crianças” [1]
Dessa forma, a disciplina física é vista com bons olhos, em especial como complemento/incentivo ao restante da educação bíblica. Por exemplo, de forma a impor limites aos filhos ou a reforçar (além do diálogo) que uma atitude é errada.
Disciplina é a capacidade de seguir o caminho correto. Deus disciplina Seus filhos, de forma que possam andar segundo a Sua vontade. Dessa forma, quando o cristão disciplina seus filhos, deve lhes ensinar o caminho de Deus.
Na perspectiva bíblica, o uso da vara deve ser de punição do erro, não como incentivo ao correto. O maior incentivo que existe é o amor, pais devem amar seus filhos e, através desse amor, mostrá-los a verdade.
O que a Bíblia não instrui, porém, é a violência física. Sim, existe uma grande diferença entre disciplina e violência. O pai ou a mãe que disciplinarem fisicamente o filho deve sempre medir sua força, dar motivos e tomar cuidado com exageros; não deve haver sentimentos de felicidade ou alívio na disciplina, mas de tristeza por ter que fazer aquilo.
A violência, seja física ou psicológica, contra crianças é fortemente condenada, configurando crime. A criança possui o direito de liberdade, de brincar e de desenvolver. A igreja deve fornecer meios para que as crianças possam se desenvolver no seu âmbito espiritual, e instruir os pais nessa tarefa também.
Quanto a esse assunto, um comentarista esclarece muito bem a discussão:
“Devemos nos lembrar, contudo, que Provérbios não recomendam espancamentos. Nem o castigo físico constitui o único instrumento de educação mencionado (cf. 22:6). Na verdade, o ensino da justiça e o temor do Senhor são necessários para que a vara não venha a falhar” [2]
Dessa forma, fica muito claro que aquilo que os pais devem ensinar não é violência, mas bondade, justiça e misericórdia. O alvo da educação dos pais é de transmitir o evangelho aos pequeninos, não maltratá-los.
Obras Citadas:
[1] WALTON, J. H. Comentário histórico-cultural da Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2018. p. 736
[2] HARRISON, E. F. Comentário bíblico Moody. São Paulo: Editora Batista Regular do Brasil, v. Volume 1, 2017. p. 947
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