Pernambuco confirma três casos do fungo Candida auris
Fonte: CNN Brasil Foto: Kateryna Kon/Science Photo Library/Getty Images
O estado de Pernambuco notificou
três casos confirmados do fungo Candida auris, que é motivo de
alerta em todo o mundo. Microrganismo apresenta resistência aos principais
medicamentos antifúngicos (entenda
aqui).
De acordo com a Secretaria
Estadual de Saúde, os casos registrados foram de dois pacientes internados no
Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e de uma pessoa atendida no hospital
Tricentenário, localizado em Olinda.
Os dois primeiros casos são de
homens com idades de 48 e 77 anos, internados por outras motivações, que não apresentaram
repercussões clínicas decorrentes do diagnóstico pelo fungo. O terceiro
paciente, acompanhado em hospital privado do Recife, trata-se de um homem de 66
anos, que teve o diagnóstico em 22 de maio.
A secretária estadual de Saúde de
Pernambuco, Zilda Cavalcanti, explicou que a pasta tem atuado preventivamente,
monitorando todas as suspeitas do fungo. “Decidimos criar um comitê com várias
entidades científicas para acompanhar cada caso de perto, com todas as
particularidades. A secretaria está empenhada em garantir que a população
esteja segura e se mantém vigilante para evitar novos casos”, disse Zilda em
comunicado.
Entre dezembro de 2021 e setembro
de 2022, Pernambuco registrou 47 casos de Candida auris, atendidos
no Hospital da Restauração. Após o episódio, há oito meses a secretaria de
Saúde monitora a unidade, que não apresentou mais casos de colonização nas suas
dependências e pacientes. Além disso, não houve morte associada ao fungo, de
acordo com a pasta.
O primeiro caso de C.
auris no Brasil foi identificado em novembro de 2020, em um paciente
de 59 anos, internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em Salvador, na
Bahia. O fungo foi detectado após análise técnica pelo Laboratório Central de
Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (Lacen/BA) e pelo Laboratório do Hospital das
Clínicas de São Paulo.
O C. auris é um fungo
emergente que representa uma grave ameaça à saúde global, pois algumas de suas
cepas podem apresentar resistência aos medicamentos comumente utilizados para
tratar infecções por Candida, sendo que alguns estudos apontam que até 90% dos
isolados de C. auris são resistentes a fluconazol,
anfotericina B ou equinocandinas.
Ao contrário da maioria dos
fungos ambientais, o C. auris apresenta tolerância a
temperaturas elevadas de 37°C a 42°C. Além disso, conta com uma capacidade de
sobreviver a condições ambientais adversas por longos períodos, adaptando-se
fora do hospedeiro humano.
Essas características aumentam o
risco de surtos hospitalares, uma vez que a colonização e as infecções podem
ter origem em fontes ambientais, como dispositivos médicos contaminados e mãos
de profissionais de saúde.
Entre outras medidas de controle
de infecção para prevenção da transmissão, que podem ser executadas em
ambientes de saúde, são: higienização das mãos, uso apropriado de equipamento
de proteção individual e outras precauções e a limpeza e desinfecção do
ambiente de atendimento do paciente e de equipamentos reutilizáveis.
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