STF publica decisão sobre 'revisão da vida toda' do INSS
Fonte: Jornal Nacional Foto: JN
O Supremo Tribunal Federal
publicou a decisão final sobre a chamada revisão da
vida toda do INSS. Agora, as ações que estavam paradas na Justiça podem ser
retomadas.
O Supremo Tribunal Federal
aprovou, em dezembro, a possibilidade de mudança no cálculo do benefício de
aposentadoria do INSS. Foram 6 votos a 5.
A decisão estabelece que devem
prevalecer todas as contribuições no cálculo do benefício, se o resultado for
mais favorável ao segurado, e não apenas as feitas a partir de julho de 1994,
como estabeleceu a reforma de 1999.
Quem recebia salários mais altos
antes de 1994, pode aumentar o benefício com a revisão. Já para quem recebia
salários mais altos depois de 1994, vale a pena considerar somente as
contribuições feitas após novas mudanças nas regras, em 1999.
O pedido de revisão só vale para
quem tinha carteira assinada ou já contribuía antes de julho de 1994.
De acordo com o STF, também só
tem direito quem recebeu o primeiro pagamento da aposentadoria nos últimos dez
anos, e não pode ter tido o benefício concedido depois de 12 de novembro de
2019.
A chamada 'revisão da vida toda'
do INSS não é automática. Não há uma fórmula pronta. Cada caso é individual.
Por isso, é aconselhável procurar um especialista para saber, afinal, se a
mudança vai ou não ser vantajosa.
Por causa dessa complexidade, em março, o INSS
pediu ao Supremo que suspendesse o andamento dos processos até que não houvesse
mais chance de mudanças. Alegou dificuldades técnicas para executar os novos
cálculos de quem pedir a revisão.
Antes de decidir, o relator,
ministro Alexandre de Moraes, pediu um plano do INSS sobre como seria feita a
revisão. Ele ainda não teve resposta.
Agora, com a publicação do
resultado do julgamento, o governo pode recorrer da decisão em cinco dias. Mas
só para pedir mais esclarecimentos, já que o entendimento fixado pela corte não
deve ser mudado.
Ao longo do processo, o governo
apresentou impactos diferentes nas contas. A Secretaria de Previdência do
Ministério da Economia prevê R$ 46 bilhões em dez anos. O INSS afirma que
poderá chegar a R$ 370 bilhões nos próximos 15 anos.
O instituto
disse que está em contato permanente com o Judiciário para que, juntos, possam
construir uma solução definitiva à questão e não atualizou os números.
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