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A corrupção marcou o começo e o fim no Brasil da Era Bolsonaro

POLÍTICA 

Fonte: Ricardo Noblat via Metrópoles  Foto: Reprodução


O caso da rachadinha começou a ser investigado no início de 2018 e tornou-se público dias depois de Bolsonaro se eleger presidente da República em outubro daquele ano.

O caso dos cheques de Fabrício Queiroz depositados na conta bancária da futura primeira-dama Michelle estourou poucas semanas antes da posse de Bolsonaro.

Agora, dois meses após o fim do governo Bolsonaro, o casal é alvo da denúncia de ter tentado ficar com joias milionárias que receberam de presente da ditadura da Arábia Saudita.

Bolsonaro não tem mais salvação. Mesmo que escape ileso do caso das joias que deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio público e que não foram, será declarado inelegível pela Justiça.

Ele é processado por conspirar contra a democracia. Até final de maio, será julgado condenado. Deverá perder os direitos políticos por no mínimo 8 anos. Só poderá candidatar-se depois disso.

Michelle ainda tem salvação. Por ora, não há evidências de que ela soubesse do presente, avaliado em 16,5 milhões de reais, que de fato não chegou às suas mãos porque fora apreendido.

Segundo Daniela Lima, âncora da CNN, Michelle telefonou para o marido nos Estados Unidos pedindo explicações. Bolsonaro disse que apenas em dezembro último soube dos presentes.

Mentiu. Foram dois estojos com joias. O de Michelle ficou retido na alfândega do aeroporto de Guarulhos, depois de descoberto acidentalmente dentro de uma sacola em outubro de 2021.

O estojo destinado a Bolsonaro entrou no país ilegalmente na mala de outro portador, um militar, ajudante de ordem do almirante Bento Albuquerque, à época, ministro das Minas e Energia.

Bolsonaro fez 8 tentativas de reaver as joias de Michelle, muito mais valiosas do que as dele. A seu pedido, um militar, em avião da FAB, foi buscá-las em Guarulhos a dois dias do fim do seu governo.

O paradeiro do estojo de joias para Bolsonaro é desconhecido. Guardado por um ano aos cuidados do almirante, foi entregue no Palácio do Planalto, mas ninguém dá notícia de onde está.

O Ministério Público Federal, a Receita Federal e a Polícia Federal juntaram-se para investigar o episódio mais cabeludo de malversação de recursos públicos da Era Bolsonaro.

Muita coisa ainda virá à luz. Um presidente que se gabava de jogar dentro das quatro linhas da Constituição jogou fora, e não foram poucas vezes. Em breve, ele e Michelle serão intimados a depor.


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