MT é o estado do Centro-Oeste com maior desigualdade entre crianças brancas e pretas na pré-escola, aponta estudo
EDUCAÇÃO
Fonte: G1MT Foto:
Mato Grosso é o estado da região
Centro-Oeste com a maior taxa de desigualdade entre crianças brancas e pretas
na pré-escola. Os dados foram coletados a partir da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua de 2019 (PNAD Contínua) e divulgados nessa
terça-feira (31). Segundo a pesquisa, a frequência escolar de crianças brancas
representa 91,3% e de crianças pretas são 80%.
O relatório “Desigualdades na
garantia do direito à pré-escola” foi divulgado pela Fundação Maria Cecilia
Souto Vidigal em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Na região Centro-Oeste, crianças
brancas na pré-escola representam 89,4% e crianças pretas são 80,6%. Ou seja,
Mato Grosso está abaixo da média regional de crianças pretas que frequentam as
unidades escolares.
Raça e renda
A região Centro-Oeste foi a que
apresentou a segunda maior desigualdade, no Brasil, entre as taxas para
crianças pretas, pardas ou indígenas em relação às brancas ou amarelas. Em
relação aos estados, Mato Grosso registrou taxa de desigualdade de 3,3% e é o
terceiro estado com o maior índice. Confira abaixo o ranking:
- Distrito Federal - taxa de desigualdade de 4,3%;
- Goiás - taxa de desigualdade de 3,7%;
- Mato Grosso - taxa de desigualdade de 3,3%;
- Mato Grosso do Sul - taxa de desigualdade de 0,2%.
Em relação a renda, Mato Grosso é
o estado da região que possui maior desigualdade nas taxas de escolarização
entre as crianças pobres e não pobres. A frequência de crianças não pobres que
vão à pré-escola é de 95,6%. Já a de crianças pobres é de 82,3%
Segundo o relatório, crianças
pretas e pobres são, historicamente, mais vulnerabilizadas no país e essa
desigualdade privilegia alguns grupos em detrimento de outros. A pesquisa
aponta que crianças pretas e pobres que não frequentam a pré-escola têm menos
acesso a estímulos, interações, alimentação e segurança, o que pode comprometer
o desenvolvimento, impactar a progressão e a transição para as etapas de
ensino.
Idade, escolaridade e ocupação
materna
Em 2019, as regiões Centro-Oeste
e Norte apresentaram as menores taxas de frequência escolar de crianças filhas
de mães jovens. Além disso, Mato Grosso possui a maior taxa de mães que possuem
trabalhos informais, com 92%, seguido por Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito
Federal.
Conforme o relatório, essa desigualdade é característica de mulheres pretas e pobres, como mães jovens, de baixa escolaridade e trabalho informal. Esse dado indica que o problema não é exclusivo no acesso à educação, mas é também na emancipação das mulheres e dos negros.
Zonas urbana x rural
No Brasil, a porcentagem de
crianças entre quatro e cinco anos de idade que frequentam a escola é menor nas
localidades rurais. A região Centro-Oeste apresenta o segundo menor índice de
frequência escolar de crianças dessa faixa etária nas zonas rurais. A taxa na
zona rural é de 85,8% e do domicílio urbano é de 89,6%.
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