Clonaram a placa do meu carro: preciso (ou posso) recorrer das multas?
GERAL
Fonte: Auto Esporte Foto: Auto Esporte
Praticamente, hoje só existe uma
forma de descobrir que a placa do seu carro está clonada: quando você passa a
receber multas de trânsito que não reconhece, principalmente registradas em
outros estados para dificultar a investigação. É muito comum, inclusive, chegar
diversas infrações em um período curto de tempo. O que você deve fazer neste
caso?
Quando a fraude for comprovada, o
próprio Detran vai inserir em seus registros uma restrição administrativa para
que todas as autoridades saibam que seu carro foi vítima de fraude. Essa é a
parte mais importante: as multas cometidas pelos criminosos não são anuladas
automaticamente. Portanto, você precisa recorrer uma a uma, sem exceção.
Todo este trabalho de recorrer
multa por multa é necessário porque, mesmo com a placa do carro clonada, você
pode cometer alguma infração de trânsito sua, de fato. Então é importante que o
Detran saiba qual é a do criminoso e qual é a sua.
Luis Rigamonti, advogado
especialista em crimes de trânsito, ressalta essa importância: “Mesmo depois da
instauração do processo no Detran, as multas não são anuladas automaticamente:
você precisa entrar com recurso para anular uma por uma, sem exceção. É um
processo demorado e muito chato. Todavia, é isso o que deve ser feito”.
No escritório do advogado já
houve um caso em que a pessoa comprou um carro zero-quilômetro em janeiro e, no
mês de março, descobriu 197 multas de trânsito — e não reconheceu nenhuma. O
transtorno foi grande, mas o proprietário só conseguiu se livrar de todas
recorrendo e provando que as infrações não eram dele.
O estado de São Paulo, que
concentra a maior frota de veículos do Brasil, cerca de 9 milhões, segundo o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), teve aumento de 81,3%
nos casos de infrações de trânsito com placas adulteradas. O aumento é na
comparação entre os meses de janeiro a agosto de 2021 e janeiro a agosto de
2022; o salto foi de 12.107 casos para 21.954 casos, segundo o Detran-SP.
O crime segue uma lógica para
dificultar a investigação: a placa clonada é usada em carros do mesmo modelo,
ano de fabricação e cor que do veículo com a placa legalizada.
O Detran-SP disponibiliza uma
página específica para informar sobre a placa clonada. Basta clicar neste link.
Os seguintes documentos são solicitados:
RG e CPF
Laudo de vistoria de
identificação veicular
Certificado de Registro de
Veículo ou CRLV-e (cópia simples
Certificado de Registro e
Licenciamento de veículos (cópia simples)
Notificação de Autuação e
Notificação da Penalidade;
Microfilmagem do Auto de Infração
de trânsito (solicitar nos órgãos autuadores de trânsito)
Fotos coloridas e em boa
resolução do veículo
Foto do veículo dublê, no caso de
infração detectada por instrumento fotográfico ou aparelho eletrônico)
* a placa clonada também pode ser
chamada de veículo dublê
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