A cada semana, 9 homens têm o pênis amputado por razão que poderia ser evitada; entenda
SAÚDE
Fonte: G1 Foto: Deon Black/Pexels
A cada semana, 9 homens têm o
pênis amputado no Brasil em decorrência de câncer, que poderia ser evitado de
forma muito simples: água, sabão e lavagem adequada.
Os dados, obtidos pela Sociedade
Brasileira de Urologia (SBU) junto ao Sistema de Informações Hospitalares do
SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, apontam que foram realizadas no SUS
7.790 amputações do pênis entre 2007 e 2022 (até novembro). Isso equivale a uma
média de 486 procedimentos por ano.
O Brasil é um dos campeões
mundiais na incidência de câncer de pênis, que é facilmente evitável com
higiene íntima e tratamento da fimose. A desinformação e a dificuldade de
acesso à saúde fazem com que muitos homens tenham o órgão genital amputado e
morram por câncer de pênis.
Apesar de representar 2% de todos
os tipos de câncer que atingem o sexo masculino, o câncer de pênis matou 463 em
2020 (último ano com estatística disponível), segundo dados do Atlas de
Mortalidade por Câncer do Ministério da Saúde.
Na quinta-feira passada (4), foi
o Dia Mundial do Câncer, iniciativa global de conscientização sobre a doença.
Como evitar esse câncer
mutilante?
De acordo com a SBU, quatro ações
ajudam na prevenção do câncer de pênis. São elas:
- Limpeza adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio para higiene da glande. A limpeza deve ser realizada todos os dias e após as relações sexuais.
- Tomar a vacina do HPV disponível gratuitamente pelos SUS para a população de 9 a 14 anos.
- Realização da postectomia (retirada do prepúcio) quando essa pele que encobre a cabeça do pênis não permite a higienização correta.
- Uso de preservativo para evitar contaminação por ISTs como o HPV.
A lavagem é simples e deve ser
feita com água e sabão, na hora do banho mesmo. Para limpar o pênis, o homem
precisa afastar o prepúcio e expor a cabeça do órgão, conhecida como glande.
“A urina embaixo da pele
(prepúcio) é ácida e pode causar fibrose, inflamação. A lavagem feita com água
e sabão salva todo o risco de ter um tumor de pênis ou doença mais grave.
Também vale ressaltar que não é necessário lavar o pênis a cada micção ou
passar alguma pomada, antisséptico”, orienta Barroso.
O tratamento do câncer de pênis
depende de quão rápido for feito o diagnóstico.
“O diagnóstico precoce trata
quase 100% dos pacientes. Pode-se fazer uma biópsia e tirar o tumor com uma
margem de segurança, preservando o órgão. No entanto, em casos mais avançados é
preciso amputar o pênis, parcial ou totalmente”, explica Barroso.
A incidência deste tipo de câncer aumenta com a idade, atingindo o pico entre 50 e 70 anos. O homem deve suspeitar de qualquer alteração no pênis, como caroços/verrugas que não saem, feridas que não cicatrizam, secreções saindo do prepúcio, área vermelha endurecida, sangramentos vindos da glande e coceiras. Caso perceba algum desses sinais, deve procurar um médico.
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