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Intolerância religiosa existe no Brasil e precisamos combatê-la, diz antropóloga

BRASIL 

Fonte: CNN Brasil  Foto: Noah Holm on Unsplash


Em 21 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

A data foi estabelecida em 2007, em homenagem a Iyalorixá Mãe Gilda, sacerdotisa de um terreiro de Candomblé que foi vítima de intolerância religiosa em 2000.

Em entrevista à CNN Rádio, no CNN No Plural, a antropóloga e professora Francirosy Campos Barbosa afirmou que a “intolerância existe, é grande e precisamos combatê-la” no Brasil.

A especialista destacou que o país tem um “histórico triste” e, por esse motivo, o combate “precisa ser enfático.”

“As pessoas fecham os olhos, há estereótipo, precisamos fazer constantemente esse trabalho, do ponto de vista educacional e mesmo na mídia.”

A professora defende que só é possível lutar contra o racismo religioso quando tiver uma formação que traga informação às pessoas sobre as diferentes religiões.

“No Islã tem um conceito interessante: só tem fé quem tem conhecimento.”

Segundo ela, a pessoa não precisa ser umbandista, mas precisa saber o que ela pensa, qual a prática, no que ela acredita. O mesmo vale para todas as outras religiões.

“A gente precisa quebrar aquilo que nos divide e construir pontes, ter a clareza de que na nossa sociedade brasileira não cabe nenhum tipo de intolerância.”

A luta, para a antropóloga, deve ser contra a fome, violência, falta de escola e hospitais, não contra uma pessoa religiosa.

“Não consigo conceber uma pessoa que se diz cristã, judia, muçulmana, umbandista e que agrida a religião do outro, a base de toda religião é a paz.”

Ela lembra que, na nossa sociedade, a maioria é religiosa e “todos devem ser respeitados.”

“Estamos num país laico e essa laicidade significa que todas as religiões podem se demonstrar e ser respeitadas. Existe pluralidade religiosa e podemos caminhar juntos, essa é a grandiosidade brasileira”, destacou.

Francirosy acredita que “o diálogo inter-religioso é importante, já que não podemos esquecer as diferenças e o respeito mútuo”.



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