Entenda como funciona a injeção contra a obesidade aprovada pela Anvisa
SAÚDE
Fonte: CNN Brasil Foto: i yunmai on Unsplash
Nesta semana a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira medicação injetável contra a obesidade e o sobrepeso.
A injeção se chama Wegovy e tem
como princípio ativo a semaglutida.
À CNN Rádio, o diretor da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional de São Paulo
Ricardo Barroso disse que a notícia é vista como positiva no meio
endocrinológico.
“A medicação já é comercializada
em locais como Estados Unidos e Japão com excelentes resultados”, disse.
Segundo o endocrinologista, o
medicamento é o mais eficaz entre todos os disponíveis contra a obesidade.
Ele explicou que o Wegovy tem
ação em “hormônios gastrointestinais e simula o efeito de cirurgia bariátrica.”
Este tipo de procedimento faz com
que a pessoa fisicamente coma menos, mas também há alterações hormonais e “o
remédio simula isso.”
“O resultado chega próximo a
algumas cirurgias, chega-se a 17% de peso perdido.”
A semaglutida, conforme afirma
Barroso, é um hormônio semelhante ao GLP1, que é produzido quando comemos.
“Ele sinaliza para o cérebro que
chegou comida o suficiente e traz sensação de saciedade, o estômago sente que
já deu.”
Com essa medicação, então,
“sinaliza isso para o cérebro antes de comer a quantidade que você estava
habituado.”
O médico reforçou ainda que a
injeção tem “perfil de segurança cardiovascular e neurológico muito bons.”
Ao mesmo tempo, porém, ele afirma
que o remédio não faz mágica, no sentido de que não há como acelerar o
metabolismo e manter o alto gasto calórico para perda de peso.
“Por isso é importante
acompanhamento com nutricionistas e profissionais de educação física, já que o
combate à obesidade é multifatorial.”
Disponibilidade da injeção
Apesar da aprovação da Anvisa,
Ricardo Barroso disse que “ainda não há previsão oficial de quando ela estará
disponível comercialmente.”
Ele calcula que deve demorar em
torno de seis meses, e o custo só deverá ser conhecido após avaliação de outra
agência, a CMED.
“Se pegarmos custos de medicamentos semelhantes, sabemos que não são acessíveis, são bem caros, acreditamos que não será acessível neste primeiro momento, mas a chegada dele é um alento”.
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