LOTERIAS
Fonte: G1 Fotos: Aurélio Sal/EPTV
Um dos 35 moradores de São José
da Bela Vista (SP) que ficaram de fora do bolão premiado da Mega da Virada em
dezembro de 2022 diz que o sentimento é de que todos foram lesados.
“Eu acho que a gente foi lesado.
Ele [organizador] não explicou que seriam dois bolões diferentes”, diz o homem,
que prefere não se identificar.
Ele e o restante do grupo afirmam
que foram convidados a participar do bolão, mas que o organizador realizou duas
apostas, uma com 35 pessoas e outra com nove, sem informar aos participantes
que haveria uma divisão.
No sorteio do dia 31 de dezembro,
a aposta de nove cotas acertou as seis dezenas e faturou R$ 108,3 milhões.
Segundo a Caixa, os novos milionários já resgataram seus prêmios – cada um no
valor de R$ 12 milhões.
Tentativa de acordo
O morador que alega ter sido
vítima diz que ele e os outros 34 apostadores procuraram o organizador logo
após a confirmação da Caixa, mas que ficaram sem resposta até que surgiu uma
proposta de acordo. Porém, não houve sucesso na negociação.
“A hora que a gente procurou ele
depois do sorteio, ele não respondeu ninguém. Quando ele foi responder, ele
falou que o bolão que tinha dado era o das nove pessoas, e não o das 35. Depois
disso, ele ficou de conversar com as nove pessoas para ver a possibilidade de
estar dividindo o prêmio entre os 44 participantes e, segundo ele, os nove não
aceitaram a divisão”, afirma.
Os moradores que até o momento
não viram um centavo da bolada registraram um boletim de ocorrência na Polícia
Civil.
O que diz o organizador do bolão
O advogado do organizador do bolão nega que o cliente tenha agido de má-fé ou com intenção de esconder a aposta vencedora.
Segundo Tiago Granzote, foram
feitas apostas diferentes, mas em momento algum o organizador disse que elas
seriam feitas juntas.
“Eram bolões separados, em momento
algum foi dito que seriam juntos, bem como não houve qualquer tipo de
utilização de recurso de um bolão no outro e vice-versa. Não há má-fé, não há
qualquer intenção em lesar ninguém. Simplesmente pessoas participando de bolões
diferentes”, afirmou.
De acordo com Granzote, os
bilhetes foram disponibilizados pelo organizador a todos os apostadores. O
advogado, no entanto, não esclareceu de que forma eles foram compartilhados, se
em um único grupo ou separados.
Solução na Justiça
O advogado Mario Alexandre Silva
Bassi, que representa dez apostadores, deve acionar a Justiça para buscar uma
solução. Segundo ele, o grupo confiou na boa-fé e na promessa do organizador de
registrar os números em nome de todos os pagantes.
Bassi está reunindo cópias das conversas e dos comprovantes do envio do dinheiro via Pix para entrar com uma ação judicial. Cada um dos participantes pagou R$ 30.
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