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Listas de 'boicote a petistas' podem configurar dano moral e concorrência desleal, diz advogado

BRASIL

Fonte: G1 


A divulgação de listas de boicote a empresários e profissionais liberais identificados como petistas se espalha por diversas regiões do país. As mensagens são compartilhadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), desde o dia 30 de outubro, quando Lula (PT) venceu as eleições.

Um advogado especialista em direito administrativo e eleitoral ouvido pelo g1 explica que a exposição de empresas e pessoas físicas nas redes sociais podem configurar uma atitude ilícita.

"A liberdade do voto é garantida na Constituição, portanto, ninguém pode fazer boicote algum por conta do resultado de uma eleição", diz José Luiz Blaszak.

Ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso, ele identifica ao menos dois enquadramentos legais.

"Pode cair, no meu entendimento, em duas figuras ilícitas que podem configurar crime. A primeira é o dano moral. A segunda seria no âmbito comercial, uma concorrência desleal. Nada mais, nada menos, o que se quer é atingir o comércio do empresário petista", explica.

O caso da concorrência desleal, segundo o advogado gaúcho, seria quando empresários do mesmo ramo de alguém mencionado na lista promoveriam o ataque. Blaszak cita um processo envolvendo duas empresas paulistas, fora do contexto eleitoral, em que uma divulgaria mensagens contrárias à concorrente em um aplicativo.

"Qualquer assunto em que faça uma abordagem pejorativa ou ofensiva a uma empresa, ela pode sofrer danos morais. Sempre se vinculam os danos morais à pessoa física, mas a pessoa jurídica também pode sofrer", diz Blaszak.

Como proceder

O advogado afirma que a pessoa ou empresa atingida deve buscar reparação aos danos sofridos. José Luiz Blaszak sugere que as listas de boicote sejam registradas em cartório, por meio de uma ata notarial.

"Essas pessoas atingidas precisam formar prova. A melhor forma de formar essa prova é fazer uma ata notarial, é ir no cartório e pedir para fazer uma cópia do que está no celular ou no site. Aí o advogado pode ingressar contra essas pessoas", fala.



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