Golpe do PIX já causou prejuízos de mais R$ 10 milhões
BRASIL
Fonte: Fantatisco Foto: Divulgação
Uma quadrilha especializada em golpes digitais causou prejuízo a 11 prefeituras do interior de São Paulo e de Minas Gerais com o chamado Golpe do PIX e, segundo a polícia, as investigações mostram que os desvios ultrapassaram os R$ 10 milhões.
Uma das cidades prejudicadas foi
Pirapozinho (SP). Só dos cofres públicos dela, que tem cerca de 30 mil
habitantes, os bandidos roubaram quase R$ 2,6 milhões. O dinheiro ia ser usado
no pagamento de funcionários e para o transporte de estudantes e merenda escolar.
"Ninguém entendia como que
aquilo tinha acontecido. Como que essas pessoas tinham conseguido essas
informações para entrar nas contas municipais? Nós somos considerados ainda um
município de porte pequeno e qualquer recurso que sai da conta, em uma forma
não correta, faz muita falta. Porque as nossas contas são contas muito
equilibradas", lamenta Lucas Padovan, prefeito de Pirapozinho.
Para aplicar os golpes, os
bandidos usaram dados de um grande vazamento de informações que aconteceu no
ano passado. Eles entraram em contato com servidores que movimentavam as contas
da prefeitura fingindo ser funcionários do banco e disseram que era preciso
atualizar o cadastro. Em seguida, enviaram um site falso, igual ao do banco,
para fazer o phishing - ou pescaria digital e, quando os servidores digitaram
os dados, o golpe foi consumado.
De posse das senhas da
prefeitura, eles fizeram transferências de valores. Assim que o dinheiro
chegava nas contas cadastradas, eram transferidos de novo para centenas de
contas. As transferências feitas por PIX dificultaram o rastreamento do
dinheiro.
"Imediatamente após o golpe,
esse dinheiro é diluído em transferências de R$ 100 a 300 mil, pulverizado em
centenas de contas. Eles utilizaram moedas digitais e também utilizaram algo
diferente, que é o uso de maquininhas, que são as máquinas de cartão de
crédito", explica o delegado Everson Contelli.
Em um áudio obtido pela polícia,
os bandidos ironizam a facilidade de cadastrar novas contas para escoar a
lavagem do dinheiro.
“Manda a foto pelo burlador. Foto
da CNH, tá ligado? De boa. O bagulho já aparece na hora se aprovou, se não
aprovou. Limite, senha do cartão, já sai tudo. Chegou? Só liga, pum,
desbloqueia rápido. Setor de fraudes deles é uma bosta”, debocha o bandido.
Para chegar aos estelionatários
que orquestraram o crime, a polícia percorreu um longo caminho identificando
primeiro os beneficiários das transferências fraudulentas. No dia 18 de
outubro, uma operação da polícia prendeu 11 pessoas; três estão foragidas.
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