sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Mato Grosso concentra 73% da exploração ilegal de madeira na Amazônia, aponta levantamento

GERAL 

Fonte: JG  Foto: Bruno Kelly/Reuters


O estado do Mato grosso concentra 73% da exploração ilegal de madeira na Amazônia, de acordo com o levantamento da Rede Simex, formada por quatro instituições ambientais. As análises foram feitas nas regiões onde há maior exploração de madeira na Amazônia Legal.

O estudo inédito mostra que 38% dos 377 mil hectares explorados no período entre 2020 e 2021, foram de desmatamentos sem autorização. Ao menos 20 mil hectares foram explorados ilegalmente em terras indígenas e unidades de conservação.

“Isso tem impactos muito grandes. Ameaça a vida de povos e comunidades tradicionais que dependem dessas áreas”, explica Tayane Carvalho, pesquisadora do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).

O estudo mostra ainda que, no ranking nacional de ilegalidade, Mato Grosso lidera. A cada dez hectares de florestas com exploração de madeira não autorizada, sete estão no estado. Em segundo lugar, vem o Pará.

Mato Grosso é o principal fornecedor de madeira nativa brasileira. A atividade gera 90 mil empregos diretos e indiretos em 44 municípios do estado.

Para especialistas, o crescimento da exploração ilegal de madeira pode trazer graves consequências para a economia destes municípios.

“Toda essa madeira que sai, ela não paga imposto. (...) A gente está perdendo oportunidades de legalizar essa atividade e trazer, com isso, uma segurança para população local”, explica Pablo Pacheco, pesquisador do Idesam.

A Polícia Federal do MT informou que já fez 18 operações envolvendo crimes ambientais neste ano.

A Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso disse que a maior parte da exploração de madeira do estado é legal e que monitora a região, multa e processa quem desmata ilegalmente.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que atua para combater o desmatamento ilegal, as queimadas e proteger as terras indígenas. E que, de março a julho deste ano, mais de 350 pessoas foram presas e 863 mil multas foram aplicadas.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.