Em carta, CNBB pede paz nas eleições e condena 'manipulação religiosa' e fake news
ELEIÇÕES
Fonte: G1 Foto:Divulgação/CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou
nesta sexta-feira (2) uma carta em que condena com veemência políticos e
religiosos que utilizam a fé para manipular fiéis e a disseminação de conteúdos
falsos, que colocam "em risco a democracia".
O documento, redigido na última quarta-feira (31), é
assinado pelo presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo; pelos
arcebispos de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler, e de Cuiabá (MT), Dom
Mário Antônio da Silva; e pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), Dom Joel
Portella Amado.
"É motivo de preocupação a manipulação religiosa e a
disseminação de fake news que têm o poder de desestruturar a harmonia entre
pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia", afirma a
mensagem da CNBB.
"A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e
religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas
que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil", completa a
carta.
Elaborada na assembleia que marcou os 70 anos da entidade, a
mensagem também faz críticas à flexibilização do acesso a armas – promovida
pela gestão Jair Bolsonaro – e ressalta a preocupação da CNBB com a insegurança
alimentar no país, que atinge mais de 60 milhões de brasileiros.
"Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a
violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da
posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na
sociedade", diz o documento.
Os bispos também fazem, na carta, uma defesa da democracia e
manifestam apoio às instituições responsáveis pelo processo eleitoral diante
das "tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou
explícitas", que tentam "colocar em xeque" a lisura das
eleições.
Ainda sobre o período eleitoral, a CNBB demonstra preocupação
com a violência no processo eleitoral e conclama "toda a sociedade
brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições".
Em outro momento, a CNBB condena a corrupção no Brasil e
defende a Lei da Ficha Limpa, que prevê que candidatos condenados em ações
criminais — por decisão colegiada de um grupo de juízes ou por decisão sem mais
direito a recurso (transitada em julgado) — fiquem inelegíveis “desde a
condenação até o transcurso do prazo de oito anos após o cumprimento da pena”.
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