ELEIÇÕES
Fonte: Blog do Camarotti Foto:Emerson Rocha/g1
Aliados e integrantes do governo
passaram a cobrar responsabilidades, gerando acusações de erros e abandono. Mas
todos reconhecem a culpa de Bolsonaro na amplificação da crise na campanha.
Lula aparece em primeiro lugar
nas pesquisas de intenção de voto. Levantamento do instituto Ipec, por exemplo,
mostrou Lula com 48% das intenções de voto (52% dos votos válidos), enquanto
Bolsonaro apareceu com 31%. Levantamento Datafolha apontou cenário semelhante,
com Lula com 47%, e Bolsonaro, com 33%.
Interlocutores próximos de
Bolsonaro passaram a acusar integrantes do Centrão de abandonar o presidente,
especialmente no Nordeste. A debanda de parlamentares do bloco foi explicitada
no último ato de campanha na região, quando Bolsonaro esteve na terça-feira
(27) em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) ao lado de poucos apoiadores, como
ex-ministro Gilson Machado.
"Ficou impossível fazer
campanha para Bolsonaro. O que está em jogo nesse momento é a sobrevivência de
cada político", justificou ao blog um influente deputado do Centrão,
explicando a "cristianização" do presidente no Nordeste.
Por outro lado, parlamentares do
Centrão dobraram as críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
Responsabilizam Guedes pela demora em viabilizar o Auxílio Brasil turbinado,
prejudicando o desempenho de Bolsonaro no Nordeste e entre os que ganham até
dois salários mínimos. Guedes também é criticado por declaração recente negando
o agravamento da fome no país.
Mas na campanha, Bolsonaro passou
a ser uma espécie de denominador comum das críticas. Todos responsabilizam o
presidente por declarações recentes com novas ameaças de não respeitar o
resultado das urnas. Isso porque intensificou nesta reta final da disputa um
movimento de voto útil no Lula em vários setores da sociedade que resistiam o
apoio ainda no primeiro turno ao petista.
Como já informou o blog, até
então, os coordenadores políticos da campanha de Bolsonaro aconselhavam o
presidente a não retomar declarações levantando a suspeição da urna eletrônica
e do sistema eleitoral brasileiro. Isso porque essa estratégia afastaria de
Bolsonaro o eleitor moderado, que teme um retrocesso institucional no Brasil.
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