ELEIÇÕES
Fonte: G1 Foto: Reuters/ Adriano Machado
De olho nas urnas e temendo os efeitos do novo bloqueio anunciado pela equipe econômica, parlamentares se movimentaram nas últimas semanas para acelerar os empenhos das emendas de relator.
Essas verbas ficaram conhecidas
como "orçamento secreto" por terem pouca transparência em relação aos
critérios de distribuição. Na maioria das vezes, são direcionadas para a base
aliada do governo no Congresso Nacional. As emendas são geralmente aplicadas em
obras nos redutos eleitorais dos parlamentares.
Dados da consultoria de Orçamento
da Câmara dos Deputados apontam que, no mês de setembro, até esta quarta-feira
(28), R$ 520,2 milhões foram empenhados em emendas de relator – valor seis
vezes superior ao observado em agosto (R$ 83 milhões). O aumento na liberação
da verba em setembro na comparação com agosto coincide com a reta final do
período eleitoral.
Na última quinta-feira (22), a
equipe econômica do governo federal anunciou o quarto bloqueio do ano no
Orçamento, no valor de R$ 2,6 bilhões. O objetivo, segundo os técnicos, é
cumprir o teto de gastos, regra constitucional que limita o crescimento das
despesas da União à inflação do ano anterior.
Esse bloqueio foi feito apenas
duas semanas após o governo ter desbloqueado R$ 3,5 bilhões em emendas de
relator – por meio de manobras que envolveram um decreto e duas medidas
provisórias.
Com esse congelamento mais
recente, o valor bloqueado, no Orçamento de 2022, atingiu o total de R$ 10,5
bilhões.
A equipe econômica do governo
afirma, no entanto, que o cenário pode ser revertido "em parte".
Segundo o secretário especial de Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, há cerca
de R$ 20 bilhões em despesas discricionárias, ou seja, que não são
obrigatórias, que ainda não foram empenhadas e que poderiam ser alvo do novo
congelamento. Desse total, R$ 3,7 bilhões são de emendas de relator.
Ou seja, há uma preocupação
dentro do Congresso de que essas verbas possam sofrer novas limitações – por
isso a "pressa no empenho". O decreto presidencial, detalhando os
alvos desse novo bloqueio, publicado nesta sexta-feira (30).
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