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Palmeiras transforma jogo desastroso em resultado gigante na resiliência de um bicampeão

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Fonte: GE   Foto: Alessandra Torres/AGIF


Quando o Palmeiras levou o 2 a 0 do Atlético-MG, logo no segundo minuto da etapa final, a preocupação alviverde era tentar evitar que a ida das quartas de final da Libertadores terminasse com uma derrota ainda mais elástica, até uma goleada.

A noite era desastrosa até então. O time de Abel Ferreira não marcava bem e atacava pouco. Mas mesmo quando tudo dá errado, a resiliência e a concentração seguem como marcas do atual bicampeão da América, que graças a um controle mental absurdo buscou o improvável 2 a 2 no Mineirão, na noite desta quarta-feira.

Assim como aconteceu na semi da Libertadores contra o Galo, ano passado, o Palmeiras adotou uma estratégia mais cautelosa, mas se viu em mais apuros diante da marcação agressiva do time de Cuca e a facilidade com que os atacantes atleticanos venciam os duelos individuais.

Hulk começou o jogo acompanhado por Gustavo Gómez (depois por Murilo), enquanto Keno tinha a marcação de Marcos Rocha, e os dois jogadores do Galo levaram vantagem com frequência nos minutos iniciais. A falta de pontaria adversária era o que mantinha o Verdão com o 0 a 0.

Sem Rony, que encaixa perfeitamente em jogos baseados na transição, o Palmeiras tinha Dudu como principal opção de velocidade, mas o camisa 7 estava mais preso para ajudar a marcar e consequentemente não era a válvula para contragolpes rápidos. Neste modelo de jogo, López teve pouco sucesso, já que jogou frequentemente longe da área.

Apesar deste cenário em que a proposta não funcionava, o Verdão levava o empate para o intervalo, até o pênalti cometido por Marcos Rocha – o lateral teve dificuldades durante todo o jogo. O gol de Hulk tornava o placar mais justo, afinal eram 15 finalizações dos donos da casa contra apenas uma do time de Abel até aquele momento.

Mesmo diante de tantos problemas, o técnico português não mudou jogadores para o segundo tempo, apenas funções: Scarpa passou a atuar pela direita, e Dudu foi para a esquerda. Danilo, também, ficou mais preso para marcar no lado direito, mas ainda assim o Galo passou fácil por ali para fazer o 2 a 0.

O Mineirão com quase 60 mil pessoas, a boa atuação do Atlético-MG e a vantagem no placar tornaram o cenário muito hostil para o Palmeiras. Mas se praticamente nada funcionava, a bola parada seguia uma arma perigosa, e a reação partiu dela: após a cobrança de falta de Scarpa na trave, Murilo descontou.

Este gol marcou uma mudança no jogo. A comemoração dos jogadores foi tímida, o Verdão nem melhorou tanto, mas o Galo sentiu o baque e passou a dar mais campo. A pressão atleticana já não acontecia, e o Palmeiras assumiu maior posse de bola.

A derrota por 2 a 1 já era um grande negócio pelo cenário adverso, mas Dudu ainda teve aquela que parecia a última chance para o empate, aos 37. Uma finalização muito ruim, com gol aberto, acabou por desperdiçar a melhor jogada trabalhada pelo lado palmeirense no confronto.

Mas a resiliência citada no início do texto se fez presente: em escanteio batido por Scarpa nos acréscimos, Dudu se redimiu e deu a assistência para Danilo empatar o jogo.

Resultado improvável pelo desenho do confronto, mas um recado que esta equipe dá outra vez. Não há como descartar facilmente o Palmeiras, ainda mais em Libertadores.

Os dois títulos seguidos deram uma casca a este elenco a ponto de os jogadores, mesmo em uma noite que parecia tudo dar errado, saírem do Mineirão precisando agora de uma vitória simples no Allianz Parque para avançar à semifinal.

São três anos sem uma derrota como visitante, 17 partidas seguidas de invencibilidade na maior competição do continente. Os números e a reação dessa quarta comprovam: é difícil bater um time tão frio como o Palmeiras.




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