Barroso prorroga por 60 dias apuração sobre conduta de Bolsonaro na pandemia
SAÚDE
Fonte: G1 Foto: Adriano Machado/Reuters
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 60 dias uma apuração sobre a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) e políticos aliados por suposta incitação ao crime.
A apuração foi aberta a partir
das conclusões da CPI da Covid, que funcionou no Senado em 2021.
A decisão do ministro atende a um
pedido da Polícia Federal e que teve aval da Procuradoria-Geral da República
(PGR).
Além de Bolsonaro, são alvos da
apuração:
- senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente;
- deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente;
- deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo;
- deputada Carla Zambelli (PL-SP);
- deputado Osmar Terra (MDB-RS);
- deputada Bia Kicis (PL-DF);
- deputado Carlos Jordy (PL-RJ);
- deputado Onyx Lorenzoni (PL-RS).
A CPI afirma que reuniu elementos
que "evidenciaram a omissão" do governo federal na conscientização da
população sobre o combate à covid, além da "participação efetiva do
presidente da República, de seus filhos, de parlamentares, do primeiro escalão
do governo e de empresários na criação e disseminação das informações
falsas" sobre a doença".
"Essas condutas colocaram a
saúde das pessoas em risco, uma vez que contribuíram para o rápido incremento
da contaminação pelo coronavírus, pelo surgimento de nova cepa do vírus e pelo
aumento do índice de ocupação dos leitos hospitalares e, consequentemente, para
a morte de milhares de brasileiros", diz o relatório.
Com a extensão do prazo,
autorizada por Barroso, a Polícia Federal deve analisar as provas reunidas pela
CPI.
A PGR, porém, tem apontado
problemas no material reunido pela CPI para avançar nas investigações.
O pedido da PF
No início do mês, a Polícia
Federal acionou o Supremo para ter acesso aos dados reunidos pelos senadores.
Segundo a PF, o pedido foi feito
diretamente ao Senado em 8 de junho, em um ofício assinado pelo diretor-geral
da Polícia Federal, Márcio Nunes. Barroso considerou que o Senado já
compartilhou as provas.
A PGR afirmou ao Supremo que a
sistematização das provas reunidas pela CPI "é relevante para subsidiar a
análise e deliberação" do Ministério Público sobre os fatos.
Das dez apurações abertas a
partir da CPI, a PGR já pediu o arquivamento de oito casos ao STF que envolviam
Bolsonaro, aliados e autoridades do governo.
O que diz o Senado
Em nota, o Senado informou que os
documentos do acervo da CPI são objeto de "diversos pedidos e decisões
judiciais conflitantes", algumas, conforme o Senado, ordenando seu
compartilhamento e outras, a destruição.
'Após análise das decisões e dos
pedidos, foi identificado que havia sobreposição de decisões e de pedidos sobre
parte dos documentos, de sorte que a Advocacia do Senado provocou o STF e
aguarda estes esclarecimentos a respeito de que providências adotar a respeito
da matéria", informou o Senado.
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