Penitenciária de Rondonópolis celebra primeiro casamento homoafetivo da unidade
BRASIL
“Um novo tempo há de vencer pra que a gente possa florescer e, baby, amar sem temer... ninguém vai poder querer nos dizer como amar.”
O trecho acima, da canção interpretada por
Johnny Hooker e com participação de Liniker, versa sobre o sentimento livre de
amarras sociais e traduz bem a ‘Amor Sem Grades’, ação com o propósito de dar
visibilidade à população LGTBQIA+ e que registrou o primeiro casamento
homoafetivo da Penitenciária Major Elder Sá, conhecida como ‘Mata Grande’, em
Rondonópolis.
A celebração do casamento foi realizada na
quarta-feira (08 de junho), às 9h, no Cartório do 2° Ofício de Rondonópolis e
teve a participação de 21 pessoas, entre eles os servidores do sistema
prisional, a tabeliã e oficial do cartório do segundo ofício de Rondonópolis,
os representantes da equipe do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema
Prisional de Mato Grosso (GMF), o representante da comissão da diversidade
sexual da OAB/MT, subseção Rondonópolis e uma representante da Defensoria
Pública.
Para a concretização da união, os
noivos tiveram o apoio de toda a comunidade. O casamento foi realizado de forma
gratuita pela tabeliã, houve doação de itens para os trajes, a maquiagem e o
cabelo dos enamorados foram feitos na Ala Aquarela, pelos próprios privados de
liberdade, e a organização do evento ficou por conta do Setor de Educação, por
meio da pedagoga da unidade.
Após a cerimônia, os noivos foram conduzidos à
penitenciária para uma celebração com os reeducandos da Ala Aquarela, com
bolos, doces e salgados feitos na padaria da unidade, em um evento
multiprofissional, que contou com a contribuição de todos.
Para a primeira união homoafetiva da ‘Mata
Grande’, a ‘Amor Sem Grades’ realizou três encontros pré-nupciais com o setor
jurídico, social, enfermagem e psicologia da unidade, abordando assuntos como
as questões legais do casamento, regime de bens, direito sucessório,
patrimônio, mudança de nome, comunicação, relacionamento interpessoal,
resolução de conflitos, empatia, orientações de saúde e exames necessários
antes do enlace.
Ações como a Ala Aquarela vão ao encontro da
Resolução Nº 348 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que reconhece e promove
políticas públicas para a identificação de gênero no sistema prisional.
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