Análise: variações táticas e gestão de elenco explicam Corinthians no topo da tabela do Brasileirão
ESPORTES
Fonte: GE Foto:Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Num Campeonato Brasileiro em que
Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras seguem como os times mais badalados, o que
pode explicar a chegada e manutenção do Corinthians na liderança após cinco
rodadas disputadas? Sorte? Acaso? Ou seriam sinais de um trabalho bem
conduzido?
Afinal, o líder Corinthians nem é
o time que joga o melhor futebol dentro do campeonato. Contra o Red Bull
Bragantino, domingo, criou pouquíssimo ofensivamente, mas foi eficiente em sua
estratégia, sofreu pouco diante do time da casa e fez 1 a 0 com um gol achado por
Renato Augusto.
E como isso vem sendo construído?
As respostas vêm sendo dadas pelo técnico Vítor Pereira em suas entrevistas
coletivas.
Primeiro, com a tal "gestão
de elenco". Espantada com a sequência de jogos, a comissão tem variado
bastante as escalações, montando times que mesclam experiência e juventude,
sempre privilegiando a situação física para evitar lesões e ter um time capaz
de suportar o jogo. Mesmo assim, casos como os de Paulinho e Fagner, lesionados
por fatalidades, ainda acontecem. Faz parte do esporte.
Mas em relação ao time que
iniciou o empate sem gols contra o Deportivo Cali, na quarta-feira, na
Colômbia, pela Libertadores, foram sete mudanças na escalação no domingo. Foram
mantidos apenas Cássio, Raul, Du Queiroz e Mantuan. Gil, Renato Augusto e
Willian, que foram reservas em Cali, agora iniciaram o jogo.
Outros atletas descansados
formaram a base do time, como Rafael Ramos, Bruno Melo, Cantillo e Róger
Guedes, que havia ficado 90 minutos no banco de reservas na última quarta pela
primeira vez. Ele, aliás, foi escalado como centroavante, em função que não
funciona tão bem e nem gosta de jogar.
Foi um primeiro tempo pouquíssimo
inspirado dos dois times. Um jogo feio de doer, com só três finalizações (uma
só do Corinthians). O segundo tempo se desenhava igual até Jadsom errar uma
saída, Willian recuperar, Du tocar para Renato, que chutou de fora de fez 1 a 0
para o Corinthians.
Dali em diante, o Timão jogou
pelo resultado. Com conhecimento e apostando em variações táticas, Vítor
Pereira apostou mais uma vez num esquema com três zagueiros, colocando João
Victor para atuar ao lado de Gil e Raul. Pouco depois, querendo aumentar a
estatura do time, ainda botou Robson Bambu na vaga de Rafael Ramos, formando
uma linha de cinco praticamente intransponível.
O líder Corinthians, portanto,
vem se mostrando um time "resultadista". Sem tempo para treinar e com
dificuldade de aperfeiçoar seu jogo, a comissão portuguesa tem lutado pelas
vitórias. Contra o Boca, colocou o time para contra-atacar depois do 1 a 0 em
busca da vitória. Contra o Bragantino, abriu o placar e também lutou com a faca
nos dentes pelo placar. Futebol bonito? É segundo plano.
Na quarta-feira, o Timão recebe a
Portuguesa-RJ em casa para decidir quem passa para as oitavas de final da Copa
do Brasil. Contra um adversário frágil, é justo pensar que o técnico vai mais
uma vez rodar o elenco, privilegiar a parte física e montar um time
competitivo. A receita tem dado certo.
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