sexta-feira, 1 de abril de 2022

Sem explicar como, Bolsonaro diz que votos serão contados este ano

ELEIÇÕES 

Fonte: SBTNews  Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil



O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o Poder Judiciário, nesta 4ª feira (30.mar), durante uma viagem ao nordeste. Sem explicar como, Bolsonaro disse que os votos das eleições de outubro serão contados.

O presidente participou de uma motociata, pelas ruas de Natal e depois de uma cavalgada, na chegada ao município de Parnamirim, a 12 km da capital potiguar. Acompanhado de ministros do governo, Bolsonaro fez a entrega do primeiro trecho de ampliação da Linha Branca do trem urbano.

Foi em discurso na ocasião que o presidente disse que os votos da eleição deste ano serão contados. E não apenas por duas ou três pessoas. Nas palavras do chefe do Executivo, "podem ter certeza que por ocasião das eleições, os votos serão contados no Brasil". Depois, acrescentou: "nós defenderemos a democracia, nós defendemos a liberdade, e tudo nós faremos até com o sacrifício da própria vida".

Bolsonaro esteve também no Piauí, acompanhado do ministro das Comunicações, Fábio Faria, para anunciar a chegada do sinal de internet 5G em uma fazenda no município de Baixa Grande do Ribeiro. No discurso, voltou a falar em contagem de votos. "A alma da democracia é o voto, e a contagem dele faz parte dessa alma", afirmou.

A Câmara dos Deputados rejeitou, em agosto do ano passado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. Diante da discussão do assunto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou uma comissão de transparência, com a participação das Forças Armadas. E anunciou que o número de urnas que serão auditadas, este ano, será triplicado. Mas a impressão do voto não será adotada.

Enquanto o presidente voltou a fazer críticas ao Judiciário, a ministra Rosa Weber negou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para arquivar o inquérito que investiga se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação no caso da negociação da vacina Covaxin. A denúncia veio à tona no início do ano passado, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia.

Rosa Weber rebateu os argumentos do procurador Augusto Aras e afirmou que o presidente da República tem função disciplinar para punir integrantes da administração. A investigação foi aberta depois que o deputado Luis Miranda (Republicanos-DF) afirmou ter alertado o presidente sobre suspeitas na compra de 20 milhões de doses da vacina produzida pela empresa indiana Bharat Biotech. A lei obriga qualquer servidor público a informar órgãos de fiscalização em caso de tentativa de desviar recursos ou cometer irregularidades.

E a Polícia Federal (PF) concluiu que Bolsonaro não cometeu crime de interferência na instituição, por meio de nomeações e mudanças de cargos. Em relatório enviado ao Supremo, a PF aponta que também não houve crime por parte do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que fez as acusações ao deixar o cargo, há dois anos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.