MATO GROSSO
Fonte: G1 Foto: Reprodução| Ilustração
Além da prisão, a Polícia Civil
cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma chácara onde o suspeito mora. No
local, foram apreendidos celulares e computadores para verificar se há conteúdo
de pornografia infantil. Um dos celulares usados pelo suspeito estava
formatado, segundo a polícia.
O delegado responsável pela
investigação, Pablo Bonifácio Carneiro, afirmou que até agora foram
identificadas duas vítimas, ambas do sexo masculino. Algumas testemunhas também
foram ouvidas.
“As pessoas que sofreram, que
foram abusados por esse cidadão, seja na igreja, seja na residência particular
dele, se apresentem, pois é necessário ter uma punição mais severa para esses
casos”, pontuou.
De acordo com o delegado, a mãe
de um dos adolescentes declarou que o filho trabalha desde o ano passado na
igreja liderada pelo religioso e teria sofrido abusos sexuais praticados em
diferentes períodos.
Em depoimento especial, o
adolescente confirmou que o investigado cometeu os abusos quando ele tinha 7,
13 e 15 anos.
Outro adolescente, de 17 anos,
também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o padre cometeu estupros contra
ele nos últimos três anos.
“Entrevistamos pessoas que
frequentavam a igreja e dois desses adolescentes narraram abusos que começaram
com passar as mãos nas nádegas, nos órgãos genitais, esse tipo de coisa. Uma
das vítimas teria gravado o padre levando ela para um banheiro dentro do quarto
paroquial”, contou o delegado.
As vítimas, conforme apontou as
investigações, eram ameaçadas pelo líder religioso, que afirmava ser uma pessoa
de influência na comunidade.
A polícia também representou pelo
afastamento do sigilo de dados e pela autorização de acesso e extração de dados
contidos nos aparelhos eletrônicos apreendidos na casa do suspeito, que serão
analisados pela equipe da delegacia especializada.
O delegado Pablo contou ainda
que, numa entrevista preliminar, durante o trajeto da casa do padre até a
delegacia, o suspeito lamentou o ocorrido e afirmou que tudo o que ele fez foi
consentido pelas vítimas.
“[O padre diz] que todos os relacionamentos que teve com esses adolescentes teriam sido consentidos e que eles até pediam. A gente lamenta, mas é muito comum. Na verdade, isso tem sido muito comum com os sacerdotes”, disse.
Segundo o delegado, o religioso
demonstrou arrependimento e chorou afirmando que deixaria de ser padre e que
queria preservar a igreja.
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